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TST homologa acordo entre Vale e famílias das vítimas de Brumadinho

  • Foto do escritor: Talles Costa
    Talles Costa
  • 30 de abr.
  • 2 min de leitura
Foto: Divulgacão/MAB
Foto: Divulgacão/MAB

Seis anos após a maior tragédia trabalhista e ambiental da história de Minas Gerais, o Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, homologou nesta quarta-feira (30) um acordo que assegura indenizações para os familiares de todas as 272 vítimas do rompimento da barragem da Vale, ocorrido em 25 de janeiro de 2019, em Brumadinho. A formalização aconteceu na sede do tribunal, com a presença de familiares, autoridades do Judiciário e representantes da mineradora. O valor a ser pago às famílias não foi divulgado, por motivos de segurança.

O acordo diz respeito ao chamado “dano-morte”, e representa uma conquista especialmente importante para os familiares que, desde o início, exigiam o reconhecimento de todas as vidas perdidas, incluindo trabalhadores terceirizados, moradores da comunidade, visitantes da região e até os nascituros — dois deles ainda no ventre das mães. A tragédia vitimou ao todo 270 pessoas, sendo que duas delas estavam grávidas, elevando o número de vidas perdidas a 272. Até hoje, 268 corpos foram identificados. A assinatura foi marcada por forte emoção, e um minuto de silêncio foi feito em memória dos que se foram.

A presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem (Avabrum), Nayara Porto, expressou o sentimento coletivo dos parentes ao afirmar que o acordo representa uma vitória judicial, mas não ameniza a dor da perda. “Lutamos pelo reconhecimento de todas as vítimas, não apenas dos trabalhadores. Temos uma certa satisfação por esse passo, mas ele jamais trará nossos entes queridos de volta. A justiça plena virá com a responsabilização penal dos culpados, e é isso que continuamos exigindo”, disse Nayara.

A decisão do TST representa também uma forma de reparação moral às famílias de Brumadinho, que, desde 2019, convivem com o trauma coletivo, a ausência de entes queridos e a sensação de impunidade. O processo de negociação foi longo e complexo, envolvendo diversas entidades representativas e setores do Judiciário. O acordo foi tratado de forma confidencial, e os detalhes financeiros foram mantidos sob sigilo, visando preservar os beneficiários e evitar riscos às suas integridades.

Brumadinho, uma cidade marcada pelo luto e pela dor, ainda tenta reconstruir sua rotina e sua identidade diante das cicatrizes deixadas pelo crime da Vale. O acordo é visto como um avanço, mas os moradores seguem exigindo justiça verdadeira, que só será plena com a punição dos responsáveis. A homologação no TST simboliza o reconhecimento de que cada vida perdida tem valor — e que nenhuma deve ser esquecida.

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