TRE-MG decide futuro político de Mário Campos em sessão marcada por expectativa regional
- Moisés Oliveira
- há 1 dia
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O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) julga nesta terça-feira, 15 de julho, às 16h, um processo que pode levar à cassação dos mandatos da prefeita e do vice-prefeito de Mário Campos. A ação, movida pelo Ministério Público Eleitoral, aponta irregularidades na campanha de 2024. Com parecer já emitido a favor da cassação, o caso vem sendo acompanhado com grande atenção por toda a região metropolitana de Belo Horizonte, inclusive por moradores de Brumadinho, onde a prefeita eleita tem laços profundos e uma história marcada por dor e militância frente a AVABRUM.
A prefeita em questão é a Professora Andresa, filiada ao PSB, que obteve 5.307 votos nas eleições municipais de 2024, o equivalente a 57,61% dos votos válidos. Nascida em Ibirité, tem 48 anos, é professora do ensino fundamental, tem ensino superior completo e é casada. Além de sua atuação em Mário Campos, Andresa é uma figura amplamente conhecida em Brumadinho, por ter integrado a AVABRUM (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem da Vale em Brumadinho), onde também foi diretora por muitos anos.
Andresa perdeu seu único filho, Bruno, na tragédia-crime provocada pelo rompimento da barragem da Vale, em 2019. Desde então, transformou sua dor em luta por justiça e reparação. Sua eleição em Mário Campos foi vista por muitos como uma vitória simbólica das famílias atingidas e uma oportunidade de dar voz às mulheres e aos educadores no poder público.
O julgamento, que ocorrerá de forma híbrida, poderá determinar a perda do mandato de Andresa e de sua vice, caso a Corte acolha os argumentos do Ministério Público, que sustenta que houve transgressões graves às regras eleitorais. Caso condenadas, poderá ser convocada uma nova eleição municipal.
Em Brumadinho, o caso tem gerado ampla repercussão. Tanto pelo simbolismo da trajetória de Andresa quanto pelo temor de que decisões como essa fragilizem ainda mais a confiança da população nas instituições. A possível cassação reacende o debate sobre a integridade das campanhas e o peso das decisões judiciais no cenário político local.
Independentemente do desfecho, o julgamento reforça uma mensagem clara: mandatos eletivos não se sustentam apenas com votos — é necessário observar com rigor a legislação. Quando as regras são ignoradas, a legitimidade se esvai e o mandato se torna vulnerável à revisão judicial.
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