Quem é Adriana Varejão, artista citada em questão do Enem 2025
- Talles Costa

- 12 de nov.
- 2 min de leitura

A artista plástica Adriana Varejão, que possui uma galeria inteira dedicada ao seu trabalho no Instituto Inhotim em Brumadinho, foi tema de uma questão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025, aplicado no último domingo (9/11). A carioca de 61 anos, reconhecida internacionalmente e com obras expostas em importantes museus pelo mundo, comemorou nas redes sociais a inclusão de sua produção artística na prova que atingiu milhões de estudantes brasileiros. A referência à artista especialmente ressoa em Brumadinho, onde o Inhotim abriga algumas de suas obras mais significativas em caráter permanente.

Natural do Rio de Janeiro e formada pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Adriana Varejão desenvolve uma produção que mistura pintura, escultura, instalação e fotografia, sempre dialogando criticamente com a história colonial brasileira. Suas obras são marcadas pela reinterpretação do barroco mineiro e por elementos que evocam tanto a tradição quanto a violência do período colonial, utilizando materiais como gesso, cerâmica e óleo sobre tela para criar camadas de significado que desafiam noções convencionais de tempo e espaço.
A conexão de Varejão com Brumadinho é especialmente significativa através do Instituto Inhotim, um dos maiores centros de arte contemporânea ao ar livre do mundo, localizado no município mineiro. Desde 2008, o instituto mantém uma galeria exclusivamente dedicada à artista, onde os visitantes podem apreciar obras de grande escala como "Celacanto provoca maremoto" (2004-2008), que explora as relações entre o mar, a cerâmica e a história colonial. A presença de seu trabalho no acervo permanente do Inhotim coloca Brumadinho no circuito internacional das artes visuais.
A artista já declarou em diversas ocasiões a influência do barroco mineiro em seu trabalho, mencionando especificamente a experiência de visitar Ouro Preto e sentir a matéria "dançar" em uma fusão entre "ouro e sangue, riqueza e drama". Essa inspiração direta na cultura mineira reforça os laços de sua produção com Minas Gerais e, particularmente, com Brumadinho, onde suas obras encontram um espaço privilegiado para diálogo com o público.
Além do Inhotim, o trabalho de Adriana Varejão integra acervos de instituições renomadas mundialmente, como o MoMA em Nova York e a Fondation Cartier pour l'Art Contemporain em Paris. No Brasil, além do instituto em Brumadinho, suas obras estão presentes no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), incluindo produções como "Altar" (1987), "O Terceiro Cálice" (1990) e "Ruína de Charque – Toalete II" (2002).
A inclusão de sua obra no Enem 2025 gerou reações variadas entre os estudantes nas redes sociais, com alguns considerando a questão difícil e outros celebrando o reconhecimento da arte contemporânea brasileira na prova. A artista manifestou publicamente sua alegria ao saber que seu trabalho alcançaria "a cabeça de milhões de estudantes brasileiros", destacando a importância do contato dos jovens com a produção artística nacional.
Para Brumadinho, a referência a Adriana Varejão no principal exame educacional do país representa um reconhecimento adicional da relevância cultural do Inhotim e do município como polo difusor de arte contemporânea. A questão do Enem acaba por destacar, mesmo que indiretamente, o papel fundamental que a cidade desempenha no cenário artístico nacional e internacional através do instituto que abriga as obras da artista.



















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