'A comunicação começa em casa: brincadeiras que estimulam a linguagem'
- Redação Portal Independente
- há 1 dia
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Você não precisa de brinquedos caros. Com presença e criatividade, sua casa pode ser um ambiente que potencializa o desenvolvimento infantil. Quando pensamos em estimular a fala das crianças, muitos pais logo imaginam atividades complexas, brinquedos caros ou métodos “milagrosos” que prometem resultados rápidos. Mas a verdade é que a base da linguagem nasce dentro de casa, nas situações mais simples do dia a dia.
A fala não surge de repente. Ela é construída pouco a pouco, desde os primeiros olhares, gestos e balbucios do bebê. E tem um ponto importante que gosto de citar que é a interação com quem cuida. Cada vez que você responde a um sorriso, imita um som, canta uma música ou entra em uma brincadeira, está ajudando a criança a dar os primeiros passos na comunicação.
Brincar é mais do que diversão, porque é brincando que a criança aprende sobre o mundo, organiza pensamentos, expressa sentimentos e desenvolve a linguagem. Mas como?
No faz de conta: brincar de casinha, médico, escola ou super-herói não é “perda de tempo”. É nesse jogo simbólico que a criança amplia frases, experimenta palavras novas e cria narrativas.
Na interação com outras crianças: ao jogar bola, brincar de roda ou esconde-esconde, precisa negociar regras, pedir, chamar, esperar a vez, habilidades que dependem da fala.
Nos jogos simples com adultos: cantar, contar histórias, brincar de “cadê-achou” ou inventar vozes engraçadas estimulam escuta, vocabulário e criatividade.
Não é preciso encher a casa de brinquedos sofisticados. Materiais do dia a dia já são excelentes ferramentas:
Uma caixa surpresa com objetos do cotidiano (colher, bola, carrinho, sapato) pode virar um jogo de nomear e explorar palavras.
Um tecido ou lençol se transforma em capa de super-herói ou cenário para uma cabaninha cheia de histórias.
Panelas e colheres da cozinha rendem shows musicais ou brincadeiras de cozinhar, com direito a vocabulário novo a cada prato imaginário.
Até uma caixa de papelão pode ser carrinho, casa, avião ou navio, e cada transformação é acompanhada de novas palavras.
O mais importante que o brinquedo é a presença. É o adulto que dá vida à brincadeira:
Ao entrar no jogo da criança, mostra que sua comunicação é valorizada.
Ao narrar as ações (“o carrinho correu!”, “o boneco foi dormir”), oferece modelos de linguagem.
Ao fazer perguntas (“onde está a bola?”, “quem vai ganhar a corrida?”), estimula respostas e diálogo.
Essas pequenas atitudes constroem, tijolinho por tijolinho, a base para que a fala se desenvolva com segurança.
É importante enfatizar que é impossível ignorar o papel das telas na rotina das famílias. Porém, é vale reforçar: vídeos e jogos não substituem a interação real. A linguagem precisa de olhar, gesto, resposta, afeto, algo que só acontece no contato humano. Se a criança passa muito tempo em frente a telas, perde oportunidades valiosas de brincar, conversar e explorar o mundo de forma ativa.
Quando oferecemos tempo, espaço e presença para a criança brincar, não estamos apenas garantindo diversão. Estamos investindo em habilidades essenciais para toda a vida: comunicação, criatividade, socialização, capacidade de resolver problemas e até equilíbrio emocional.
Você não precisa de brinquedos caros. O que mais estimula a fala da criança é a presença afetiva, a criatividade e a disposição de brincar junto. Sua casa pode ser, sim, um ambiente que potencializa o desenvolvimento infantil, basta transformar cada momento em oportunidade de interação, até mesmo durante o banho, alimentação da criança.
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Gabriela Rios
Fonoaudióloga - Graduada pela UFMG | CRFa 6-10868
Atendimentos no Espaço Cuidar | SR, em Brumadinho Especialização em Neuroeducação
Consultora de Amamentação
Aperfeiçoamento em Desmame Gradual
Capacitação em ABA naturalista
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