Preço do café cai após 18 meses de alta e traz alívio parcial aos consumidores

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Depois de um ano e meio de aumentos consecutivos, o preço do café moído registrou queda em julho, segundo dados do IBGE. O recuo de 1,01% interrompeu um ciclo de 18 meses de alta que chegou a 99,46% no período, quase dobrando o valor do produto. Mesmo com a redução, o café ainda acumula alta expressiva: 41,46% no ano e 70,51% nos últimos 12 meses, sendo o segundo item com maior peso na inflação do período, atrás apenas das carnes. A notícia traz alívio parcial para consumidores de todo o país, incluindo os de Brumadinho, onde o café é presença garantida no dia a dia e um item de peso no orçamento das famílias.

De acordo com Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa do IBGE, a queda observada em julho é consequência do aumento da oferta no início da colheita, que reduz a pressão da demanda e, consequentemente, os preços. Ele reforça que a medida tarifária adotada pelos Estados Unidos, que elevou em 50% a cobrança sobre produtos brasileiros — entre eles o café —, não influenciou o resultado, já que passou a valer apenas no dia 6 de agosto. A expectativa é que, caso o mercado americano reduza as compras, o excesso de oferta no Brasil possa provocar novas reduções no preço, desde que produtores não encontrem outros mercados para escoar a produção.

A valorização do café nos últimos 18 meses foi atribuída, segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), a problemas climáticos que prejudicaram as lavouras e a um aumento no consumo global, com destaque para o crescimento da demanda na China. Em Brumadinho, onde a bebida é parte da cultura local, comerciantes e consumidores acompanham a oscilação dos preços com atenção, já que o café é um dos produtos mais consumidos na cidade, tanto nas casas quanto no comércio. Ainda que o recuo seja tímido, muitos esperam que a nova safra e a maior oferta tragam preços mais acessíveis nos próximos meses.