Minas amplia Teste do Pezinho para 60 doenças raras e fortalece cuidados com recém-nascidos
- Talles Costa
- há 20 horas
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O exame conhecido como Teste do Pezinho, obrigatório para recém-nascidos em todo o Brasil, ganhou um reforço importante em Minas Gerais. Desde abril, o procedimento foi ampliado no estado e agora é capaz de identificar até 60 doenças raras de origem metabólica, genética e infecciosa ainda nos primeiros dias de vida dos bebês. A medida, anunciada oficialmente pelo governo estadual nesta quarta-feira (30), traz mais segurança e cuidado precoce para famílias mineiras, incluindo as de Brumadinho, onde unidades básicas de saúde integram a rede de coleta.
Com investimento de R$ 64 milhões, a ampliação marca a conclusão da terceira etapa da expansão do Programa Nacional de Triagem Neonatal em Minas. A iniciativa vem ocorrendo de forma escalonada desde 2024: em dezembro do ano passado, 23 enfermidades já estavam incluídas; em fevereiro deste ano, o número subiu para 48 e, com a nova fase, outras 12 doenças foram incorporadas, totalizando agora 60 condições que podem ser diagnosticadas logo após o nascimento.
A coleta de sangue do calcanhar do bebê deve ocorrer entre o terceiro e o quinto dia de vida, sendo feita em um dos 4.109 postos de coleta espalhados pelo estado — a maioria em Unidades Básicas de Saúde e maternidades públicas. Em Brumadinho, os testes são enviados ao Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad), da UFMG, responsável por realizar as análises laboratoriais e garantir o encaminhamento ágil das famílias aos centros de tratamento especializados do Sistema Único de Saúde (SUS).
Referência nacional em doenças raras, Minas conta com uma rede de atendimento composta por hospitais como o João Paulo II e o Júlia Kubitschek, ambos da Fhemig, e o Hospital das Clínicas da UFMG, em Belo Horizonte. Outros centros, como o Hospital Universitário da UFJF, em Juiz de Fora, e o Centro Dr. Gê, em Bom Despacho, também integram o sistema. A rede será ampliada com a inclusão de hospitais universitários federais e o Clemente de Faria, da Unimontes, em Montes Claros.
A novidade chega em um momento importante, já que o diagnóstico precoce dessas enfermidades pode evitar atrasos no desenvolvimento, crises de saúde irreversíveis e até mesmo óbitos. Segundo o Governo de Minas, todas as crianças diagnosticadas passam a receber acompanhamento multidisciplinar contínuo por profissionais da saúde pública.
Além disso, a tecnologia também tem papel central no processo. O uso da teleconsulta permite o atendimento remoto, viabilizando o acesso à triagem e aos cuidados especializados mesmo nos municípios mais distantes — uma medida essencial para cidades como Brumadinho, que embora próxima da capital, ainda enfrenta desafios em relação à infraestrutura hospitalar.
A ampliação do Teste do Pezinho representa uma vitória para a saúde pública mineira e para milhares de famílias que agora têm mais garantias de um começo de vida saudável para seus filhos. Pais e responsáveis devem se atentar ao prazo da coleta e procurar o serviço em suas unidades de saúde para garantir o direito ao exame.
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