Macaco Guigó é flagrado no centro de Brumadinho e reacende alerta sobre preservação
- Talles Costa
- 14 de abr.
- 2 min de leitura

A aparição de um macaco guigó, também conhecido como sauá, em plena área central de Brumadinho, foi recebida com surpresa e entusiasmo por ambientalistas e pela população local. O flagrante do animal foi feito pelo morador Cristiano Maciel enquanto caminhava por uma faixa de floresta entre os bairros Bela Vista e Centro. A cena, além de rara, carrega uma mensagem poderosa sobre a urgência em preservar o que resta das matas da região.
Com pelagem marrom-avermelhada e conhecido pelo som característico que dá origem ao seu nome – “gui-gó, gui-gó” –, o guigó é um primata típico das florestas mineiras. Ele vive entre as copas das árvores e se alimenta de frutas, folhas e pequenos insetos. Arborícola e discreto, o sauá raramente é visto tão próximo de áreas urbanizadas, o que torna a ocorrência em Brumadinho ainda mais simbólica.
O macaco guigó tem papel fundamental no equilíbrio ambiental. Ao se alimentar de frutas, espalha sementes por onde passa, colaborando com a regeneração natural da vegetação nativa. Além disso, sua presença indica um ambiente saudável, sendo considerado um indicador da qualidade da biodiversidade local.
Entretanto, o cenário é preocupante. A espécie está classificada como Criticamente em Perigo de extinção, principalmente em razão do avanço do desmatamento, da caça ilegal, da fragmentação das florestas e dos longos períodos de seca. A expansão urbana, aliada ao crescimento da agricultura e da pecuária, compromete o habitat do guigó, empurrando-o cada vez mais para áreas isoladas e vulneráveis.
Especialistas alertam que avistamentos como este não devem ser motivo apenas de encanto, mas de reflexão. O guigó não deve ser caçado, criado como animal de estimação ou alimentado por humanos. Também é essencial evitar queimadas, cortes de árvores e qualquer atividade que ameace ainda mais os fragmentos de mata que restam na cidade.
O registro em Brumadinho é, portanto, um chamado para a ação coletiva em defesa da fauna local. Proteger as florestas é garantir que espécies como o guigó continuem a existir e a cumprir seu papel no ecossistema. A visita ilustre do pequeno primata reforça que a cidade ainda guarda tesouros naturais e que preservar essas riquezas é responsabilidade de todos.
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