Inclusão além das palavras: brumadinhense defende Libras como direito básico
- Talles Costa
- 24 de abr.
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Nesta quinta-feira, 24 de abril, o Brasil celebra o Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais (Libras), data que marca não apenas o reconhecimento oficial desse sistema linguístico, mas também a urgência de torná-lo parte efetiva da vida pública. Em Brumadinho, a data ganha um significado ainda mais forte por meio do trabalho e da voz ativa de Regina Kelis Domingos, que há anos atua como defensora da inclusão da Libras em espaços fundamentais como escolas, hospitais e prédios públicos. Mesmo sem possuir deficiência auditiva, Regina se tornou uma referência local no combate à invisibilidade da comunidade surda.
Para ela, a acessibilidade comunicacional não pode ser um favor ou uma iniciativa pontual, mas sim um compromisso de toda a sociedade. Com base nessa convicção, Regina vem se dedicando a conscientizar a população e cobrar políticas públicas que assegurem o uso da Libras em serviços essenciais. Sua militância silenciosa, mas firme, já ecoou em reuniões comunitárias, debates escolares e até em encaminhamentos a órgãos públicos. “A comunicação é um direito. Se um surdo chega a um hospital e ninguém o compreende, isso não é só descaso, é exclusão”, afirma.
Regina acredita que a inclusão precisa ser planejada, estruturada e garantida por lei — mas também depende da vontade das pessoas em aprender, respeitar e se adaptar. Ao longo dos anos, ela vem pedindo que Libras seja inserida no currículo das escolas municipais, que os servidores públicos sejam capacitados para atender a população surda com dignidade, e que os ambientes institucionais contem com intérpretes ou recursos de acessibilidade. Seu ativismo parte da premissa de que a inclusão verdadeira vai além de rampas de acesso ou placas em braile — ela passa, necessariamente, pela linguagem.
A data comemorativa de hoje, criada pela Lei nº 10.436, de 2002, é para Regina um lembrete de que há avanços legais, mas que a prática ainda precisa acompanhar o papel. Em Brumadinho, cidade com histórico de superações e forte identidade comunitária, ela enxerga potencial para se tornar referência em acessibilidade e inclusão. “Temos tudo para ser uma cidade onde todos sejam compreendidos. Basta querer”, diz.
Mais do que ensinar sinais, Regina quer despertar consciências. Seu compromisso com a causa não tem data de validade, e sua voz — que muitas vezes se expressa pelo gesto — continua ecoando entre aqueles que acreditam que inclusão começa pelo respeito e só se completa com ação. Neste 24 de abril, Brumadinho se junta a milhares de brasileiros na celebração da Libras, mas com um diferencial: por aqui, a luta também tem nome, rosto e propósito.
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