Fiocruz oficializa pedido para produzir vacina contra a dengue no Brasil em parceria com fabricante japonesa
- Talles Costa
- 17 de out. de 2024
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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) formalizou um pedido ao Ministério da Saúde para produzir, no Brasil, a vacina Qdenga, destinada à prevenção da dengue. Desenvolvida pela farmacêutica japonesa Takeda, a vacina será fabricada em território nacional por meio de um acordo de transferência de tecnologia no formato de Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). A produção da vacina Qdenga no Brasil tem como objetivo fortalecer a capacidade do país em combater a dengue, doença que registra altos números de casos e mortes anualmente.
A Fiocruz, uma das principais instituições de pesquisa em saúde do Brasil, informou que a proposta já foi encaminhada ao Ministério da Saúde e que mais detalhes poderão ser divulgados após a avaliação do pedido. A vacina Qdenga já foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) e teve seu registro aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023. Desde fevereiro de 2024, a vacina começou a ser aplicada na rede pública, mas em quantidade limitada, priorizando crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, grupo com maior número de hospitalizações, exceto os idosos.
O Ministério da Saúde já comprou quatro milhões de doses da vacina Qdenga para 2024 e garantiu um contrato para a distribuição de mais nove milhões de doses em 2025. A previsão é que, com a produção local pela Fiocruz, a capacidade de distribuição da vacina seja ampliada, permitindo uma maior cobertura vacinal em todo o país.
A dengue é uma das doenças mais graves enfrentadas pelo Brasil, com números alarmantes de casos e mortes. De acordo com o painel de monitoramento de arboviroses do Ministério da Saúde, em 2024 foram registrados mais de 6,5 milhões de casos prováveis de dengue e 5.613 mortes confirmadas, além de 1.499 óbitos ainda sob investigação.
A vacina Qdenga, conforme descrito pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é uma vacina viva atenuada que contém versões enfraquecidas dos quatro sorotipos do vírus causador da dengue. A OMS recomenda que a vacina seja aplicada em crianças e adolescentes de 6 a 16 anos em locais com alta transmissão da doença. No Brasil, o esquema vacinal adotado prevê duas doses, com um intervalo de três meses entre elas.
Além da Qdenga, o Instituto Butantan também está desenvolvendo uma vacina contra a dengue, com previsão de submissão do pedido de registro à Anvisa ainda este ano. A competição entre diferentes vacinas promete aumentar a oferta e melhorar o combate à doença no país.
Para os moradores de Brumadinho, a notícia da possível produção nacional da vacina traz esperança, já que a cidade, assim como várias regiões de Minas Gerais, enfrenta surtos sazonais de dengue. Com a possibilidade de aumentar a oferta de vacinas no futuro, o cenário de prevenção pode se tornar mais efetivo, proporcionando maior segurança à população local.
A produção da Qdenga pela Fiocruz é um passo importante para o fortalecimento do sistema de saúde brasileiro no combate às arboviroses, principalmente a dengue, que segue impactando diretamente a saúde pública e a economia do país.
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