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De Brumadinho a Paris: Maria Angélica supera limites na Maratona mais charmosa do mundo

  • Foto do escritor: Talles Costa
    Talles Costa
  • 23 de abr.
  • 2 min de leitura
Foto - Divulgação/Arquivo Pessoal
Foto - Divulgação/Arquivo Pessoal

Entre subidas íngremes, pernas pesadas e um mar de gente correndo por um dos cenários mais deslumbrantes da Europa, a brumadinhense Maria Angélica cruzou a linha de chegada da Maratona de Paris. O feito, realizado no último dia 13, além de representar uma conquista pessoal, traduz a força e a resiliência de uma atleta que, mesmo sem grandes patrocínios, carrega o nome de sua cidade com orgulho por onde passa. Essa não é apenas a história de uma maratonista — é o retrato da superação que inspira e conecta sonhos em Brumadinho e além.

Maria começou sua trajetória no esporte de maneira modesta, participando da tradicional corrida do Criança Esperança. Ao longo do tempo, entre treinos, apoio da família e incentivo de alunos, seu nome passou a figurar entre as provas mais simbólicas do planeta, como a Maratona da Disney e agora a desafiadora corrida pelas ruas de Paris. A preparação não foi simples. Apesar de manter uma rotina intensa com musculação, natação e bicicleta na Academia Tia Marly, a atleta admite que faltou treino específico de rua — algo que fez falta diante dos 42 km marcados por elevações inesperadas e o impacto do asfalto.

A participação na Maratona de Paris não foi apenas física, foi também mental. Lidar com mais de 65 mil corredores, muitos abandonando a prova por lesões ou cansaço, foi um teste de foco e resiliência. "A única coisa que senti ao cruzar a linha foi: 'me superei'", conta ela, rindo ao lembrar que o pensamento imediato foi um hilário “nunca mais”. Mas a emoção de receber a medalha, de ver o Arco do Triunfo ao final da corrida e de representar Brumadinho em um evento desse porte, fez valer cada dor muscular.

Em meio a tantos corredores, turistas e torcedores, uma lembrança da terra natal não ficou de fora. Enquanto Maria enfrentava os desafios da capital francesa, Brumadinho sediava a Brumadinho Trail Run, com percursos mais curtos, mas não menos significativos. Uma aluna sua chegou a enviar uma mensagem dizendo: "Você em Paris, eu aqui em Brumadinho. Um dia ainda corro uma maratona!" Para ela, é esse tipo de conexão que faz o esporte ter valor. "Não importa onde você esteja no mundo, o importante é se superar", resume.

Foto - Divulgação/Arquivo Pessoal
Foto - Divulgação/Arquivo Pessoal

Com o apoio fundamental dos irmãos Marco e Guti — da Gráfica Matosinhos e da Premoldados Matosinhos — e a motivação constante vinda de amigos e alunos, Maria segue escrevendo sua história. A maratona de Paris, embora tenha exigido tudo de seu corpo, rendeu memórias marcantes: a medalha com o Arco do Triunfo, a camiseta oficial recebida apenas pelos finalistas e, claro, a certeza de que é possível chegar onde se sonha.

Para os brumadinhenses que desejam dar os primeiros passos nas corridas, Maria deixa um recado direto: "É possível. O esporte é democrático. Tinha gente de todas as idades, de todas as partes do mundo. A corrida traz dor, suor, mas também traz vida."

Agora, ela já pensa nos próximos desafios. Foz do Iguaçu está no radar e, quem sabe, Atenas — berço das maratonas — pode ser o próximo cenário da atleta mineira que aprendeu, com as dificuldades, que correr também é sobre resistir, inspirar e, principalmente, continuar.

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