Serviço gratuito e sigiloso se consolida como aliado da população na luta contra o crime

Foto - Sejusp/MG

Um serviço gratuito e sigiloso tem se mostrado um dos principais aliados no combate ao crime em Minas Gerais. O Disque Denúncia Unificado, acessível pelo número 181, completou 18 anos de funcionamento e, desde 2007, já possibilitou a apreensão de cerca de 25 toneladas de drogas em todo o estado. Em 2025, o tráfico de entorpecentes segue liderando as ligações recebidas, representando quatro em cada dez denúncias, com uma média de 90 registros diários apenas sobre esse tipo de delito. Em Brumadinho, como em outras cidades, o canal oferece uma alternativa segura para que cidadãos relatem atividades criminosas sem expor sua identidade, contribuindo para a segurança coletiva.

Dados parciais deste ano, compilados pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp-MG), indicam que mais de 72 mil telefonemas foram atendidos entre janeiro e novembro. Desse total, aproximadamente 29,5 mil tinham relação direta com o comércio ilegal de drogas no estado. Segundo Flávio Augusto Xavier, diretor do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), essa alta incidência reflete o incômodo da população com a presença do tráfico, que muitas vezes eleva a sensação de insegurança, atrai violência e conflitos armados, e altera a dinâmica de convívio em bairros e comunidades.

Além do tráfico, outro crime que desperta grande volume de denúncias é o de maus-tratos a animais, com 12.592 registros em 2025 – uma média de 38 por dia. Para especialistas, esse número demonstra o crescimento da conscientização social sobre a proteção animal e a intolerância a ações de crueldade. O serviço também recebe informações sobre outros ilícitos, funcionando como um termômetro dos problemas que mais afetam os mineiros em seu cotidiano.

É importante ressaltar que o Disque Denúncia não se trata de um canal de emergência. Como explica Flávio Xavier, o prazo para retorno sobre uma denúncia pode chegar a 90 dias, uma vez que as informações são encaminhadas às forças de segurança para apuração e ação planejada. Em situações que exigem atendimento imediato, como crimes em andamento ou risco à vida, a orientação é que a população recorra aos números tradicionais: 190 (Polícia Militar), 193 (Bombeiros) ou 197 (Polícia Civil). Em Brumadinho, onde a comunidade busca reconstruir seus laços e sua sensação de segurança após o trauma coletivo, ferramentas como o 181 ganham relevância extra, permitindo que os cidadãos participem ativamente da proteção de seu município.