CRESAN: Brumadinhense Maurício de Oliveira lidera ação inédita de resgate de abelhas no Brasil
- Talles Costa
- 26 de jun.
- 3 min de leitura

Você já ouviu falar do CRESAN? Esse nome ainda pode ser novidade para muita gente, mas o trabalho que ele realiza já tem feito uma enorme diferença para o meio ambiente e para a qualidade de vida em Brumadinho. Criado oficialmente em 2018, o Centro de Resgate, Estabilização e Soltura de Abelhas Nativas é um projeto pioneiro no Brasil e tem colocado o nosso município como referência nacional na proteção desses polinizadores tão importantes para a natureza.
O idealizador do projeto é Maurício de Oliveira, morador de Brumadinho, que desde o ano 2000 se dedica ao estudo e ao manejo de abelhas nativas. Tudo começou quando ele trabalhava como pintor no Instituto Inhotim e encontrou três ninhos de abelhas em um muro. A curiosidade daquele momento se transformou em paixão e, mais tarde, em um trabalho sério, técnico e reconhecido por ambientalistas, biólogos, instituições públicas e pela própria população.
Diferente das abelhas comuns, como as europeias que todos conhecem (aquelas pretas e amarelas com ferrão), as abelhas nativas brasileiras são extremamente diversas, pequenas e muitas vezes sem ferrão. Elas vivem em ocos de árvores, muros e até no chão, e são responsáveis por grande parte da polinização das plantas que produzem alimentos e regeneram florestas.
Em 2017, Brumadinho se tornou o primeiro município do Brasil a sancionar uma lei específica de proteção às abelhas nativas, a Lei 2.355/2017. A norma determina que toda obra, poda, supressão de árvore ou alteração de solo precisa verificar se há ninhos de abelha no local. E mais: é proibido retirar ou destruir esses ninhos sem avaliação e autorização adequada.
Foi com base nessa legislação que o trabalho do CRESAN ganhou força e reconhecimento.
Atualmente, o CRESAN realiza resgates constantes de abelhas em situações de risco, como muros que serão rebocados, árvores prestes a cair ou terrenos onde serão construídos empreendimentos. Recentemente, Maurício esteve à frente do resgate de vários ninhos durante as obras de infraestrutura realizadas pela Prefeitura nos córregos Ferreira e Marques. As intervenções foram acompanhadas com responsabilidade ambiental e os ninhos retirados com segurança.
Além das obras públicas, o projeto também atende chamados da população. Casas, sítios, fazendas e chácaras que descobrem abelhas morando em suas estruturas podem contar com a ajuda do CRESAN. O atendimento é gratuito e feito com todo cuidado necessário para garantir que as abelhas sejam removidas de forma correta e reintroduzidas em locais apropriados.
Como funciona o CRESAN?
O trabalho do centro é dividido em várias etapas:
Georreferenciamento: mapeamento dos ninhos e espécies;
Monitoramento: acompanhamento das áreas com colmeias ativas;
Resgate preventivo: retirada segura em situações de risco;
Triagem: cuidados para adaptação em caixas climatizadas;
Adoção responsável: entrega dos ninhos a parceiros e protetores cadastrados.
Somente em dois pequenos trechos de atuação, foram registrados 19 ninhos resgatados de 12 espécies diferentes, entre elas Jataí, Mandaçaia, Cupira, Arapuá, Moça Preta e Limão. Outros 12 ninhos já estão identificados para remoção, reforçando a importância de manter esse trabalho ativo.
O CRESAN conta hoje com o apoio de moradores, agricultores, escolas e empreendimentos que adotam os ninhos resgatados. São os chamados “Amigos Polinizadores”, que se comprometem a cuidar das abelhas em seus terrenos. O Rancho Peixe, o Sítio Fotossíntese, o Ecoração da Mata e o cidadão Fábio são alguns dos exemplos que já participam dessa rede de proteção ambiental.
Além disso, Maurício também presta consultorias técnicas para quem deseja instalar meliponários (criações de abelhas nativas sem ferrão) ou implementar políticas ambientais nas propriedades e instituições.
Com esse trabalho, Brumadinho está mostrando que é possível crescer com responsabilidade ambiental. O município se destaca como referência nacional – e até internacional – no manejo ético de abelhas nativas, com uma legislação avançada, uma equipe comprometida e uma população cada vez mais consciente. “Proteger as abelhas é proteger a vida. Elas são responsáveis por polinizar frutas, legumes, árvores e boa parte da natureza ao nosso redor. Sem abelhas, não há alimento, não há biodiversidade, não há futuro”, afirma Maurício de Oliveira.
Quem quiser conhecer mais ou solicitar um resgate pode entrar em contato diretamente com o CRESAN. O centro segue firme em sua missão: cuidar das menores, para garantir a vida dos maiores. Para saber mais detalhes e ver como isso funciona de perto, acione Maurício de Oliveira pelo WhatsApp: (31) 9 9901-8182
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