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Abelhas e cidades: estudo aponta caminhos para preservar polinizadores essenciais

  • Foto do escritor: Guilherme Almeida
    Guilherme Almeida
  • 20 de fev.
  • 2 min de leitura
Foto - Divulgação
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Pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA) realizaram um estudo que aponta como a urbanização impacta as comunidades de abelhas em cidades de médio porte, destacando a importância da preservação da biodiversidade para a manutenção dos ecossistemas. A pesquisa foi conduzida em seis cidades mineiras e analisou a relação entre a presença de polinizadores e a diversidade paisagística, reforçando que áreas verdes e a oferta de recursos florais são fundamentais para a sobrevivência desses insetos. O estudo acende um alerta para municípios como Brumadinho, onde a expansão urbana e a degradação ambiental podem comprometer populações de polinizadores essenciais para a agricultura e a biodiversidade local.

A investigação, realizada entre 2020 e 2021, envolveu a captura e análise de 132 espécies de abelhas em 21 pontos de coleta. Os pesquisadores compararam a cobertura do solo em um raio de 1000 metros ao redor dos locais analisados, utilizando imagens de satélite para categorizar diferentes tipos de paisagens urbanas, como superfícies impermeáveis (asfalto e concreto), áreas arborizadas, gramíneas e corpos d'água. Os resultados demonstraram que a urbanização excessiva reduz significativamente a diversidade de abelhas, enquanto locais com vegetação preservada e heterogênea favorecem a presença desses polinizadores, especialmente espécies generalistas que nidificam acima do solo.

A pesquisa revelou que a abundância de abelhas solitárias e subterrâneas é maior em locais com predominância de gramíneas, enquanto áreas com vegetação nativa estimulam a permanência de espécies especializadas. Esses achados reforçam a necessidade de políticas públicas voltadas à conservação da biodiversidade nas cidades, especialmente em locais com crescimento acelerado e intensa ocupação urbana, como Brumadinho, que enfrenta desafios ambientais desde o rompimento da barragem em 2019.

Os pesquisadores responsáveis pelo estudo ressaltam que a substituição de espaços verdes por superfícies impermeáveis tem um impacto direto na redução dos polinizadores, comprometendo não apenas os ecossistemas naturais, mas também a produção de alimentos e a manutenção da flora local. O artigo científico, publicado na revista Austral Ecology, foi elaborado pelos especialistas Karla Brancher, Gustavo Heringer, Letícia Vanessa Graf e Rafael Dudeque Zenni, e destaca que ações voltadas à sustentabilidade são fundamentais para mitigar os efeitos negativos da urbanização sobre as abelhas.

Diante desse cenário, o ativista ambiental Maurício Oliveira tem se dedicado a iniciativas voltadas à conservação do meio ambiente e à criação de abelhas nativas em Brumadinho. Com o apoio da comunidade e de empresas locais, ele desenvolve projetos para a recuperação de áreas degradadas, a manutenção de habitats naturais e a conscientização sobre a importância dos polinizadores na agricultura e na preservação ecológica. As ações incluem a instalação de colmeias para espécies nativas sem ferrão, que desempenham um papel fundamental na polinização e na regeneração de ecossistemas.

A experiência demonstra que pequenas iniciativas podem ter grande impacto na conservação ambiental, contribuindo para um equilíbrio entre o desenvolvimento urbano e a preservação da biodiversidade. O estudo reforça a urgência de políticas públicas que incentivem a criação de espaços verdes, a arborização urbana e o uso responsável do solo para garantir a permanência das abelhas e a manutenção dos serviços ecossistêmicos que elas oferecem.

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