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TJMG ordena auditoria nas contas da Vale para fiscalizar reparações de Brumadinho

  • Foto do escritor: Guilherme Almeida
    Guilherme Almeida
  • há 2 horas
  • 2 min de leitura
Foto - TJMG
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A Justiça de Minas Gerais determinou o início de uma auditoria detalhada em todas as contas bancárias da Vale referentes ao Acordo Judicial de Reparação Integral pelos danos causados pelo rompimento da barragem em Brumadinho. A decisão, assinada pelo juiz Murilo Silvio de Abreu, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Belo Horizonte, atende a um pedido de entidades que acompanham o caso, como o Ministério Público Federal e o Governo de Minas, e visa garantir transparência nos repasses e gastos relacionados às indenizações e auxílios emergenciais destinados aos atingidos. A medida surge em um momento de tensão, já que um recurso da Vale suspendeu temporariamente a obrigação de pagamento do auxílio emergencial, deixando muitas famílias em situação de incerteza.

Durante uma reunião com representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e líderes comunitários da bacia do Rio Paraopeba, o magistrado explicou os detalhes da decisão, que inclui a abertura de um incidente processual específico para tratar exclusivamente da auditoria. Esse procedimento permitirá uma análise minuciosa das movimentações financeiras ligadas ao acordo, assegurando que os recursos cheguem de forma correta aos afetados pela tragédia de 2019. A Ernst & Young, empresa contratada para realizar a auditoria, terá acesso irrestrito aos extratos bancários da Vale, cobrindo todas as contas vinculadas ao processo de reparação.

A medida judicial reforça uma exigência que já estava prevista no acordo original, mas que ganha novo peso diante das reclamações de moradores e entidades sobre a falta de clareza nos repasses. Muitos brumadinhenses relatam atrasos, valores insuficientes ou dificuldades para comprovar os critérios de distribuição dos recursos. A auditoria independente pode, portanto, servir como um instrumento para pressionar a mineradora a cumprir suas obrigações com mais agilidade e precisão, além de trazer respostas às famílias que ainda aguardam por justiça quase cinco anos após o desastre.

Além de fiscalizar os pagamentos, a decisão também abrange a análise das atividades das Assessorias Técnicas Independentes (ATIs), responsáveis por avaliar os impactos e intermediar as negociações entre a Vale e as vítimas. O Ministério Público e as Defensorias Públicas destacaram a importância dessa etapa para evitar distorções e assegurar que os projetos de reparação – como reconstrução de moradias, recuperação ambiental e programas de geração de renda – sejam executados conforme o combinado. Para os atingidos, a esperança é que a medida judicial acelere processos burocráticos e garanta que a tragédia de Brumadinho não caia no esquecimento antes que todas as promessas sejam cumpridas.

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