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Sua identidade pode salvar vidas: documento permite declarar doação de órgãos

  • Foto do escritor: Talles Costa
    Talles Costa
  • há 1 dia
  • 2 min de leitura
Foto: Divulgação
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Os brasileiros agora podem registrar permanentemente sua decisão de serem doadores de órgãos diretamente na Carteira de Identidade Nacional (CIN), uma inovação que promete ampliar as chances de salvar vidas em todo o país, incluindo em Brumadinho. De acordo com o Ministério da Justiça, durante a emissão do novo documento, o cidadão deve informar explicitamente seu desejo de ter essa informação incluída no verso da identidade, juntamente com outros dados médicos relevantes como tipo sanguíneo e fator RH. A medida representa um avanço significativo na transparência e no exercício da autonomia individual sobre decisões de saúde, embora a autorização familiar continue sendo obrigatória para a efetivação da doação conforme determina a legislação brasileira.

O presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), nefrologista Gustavo Fernandes Ferreira, ressalta a importância da comunicação familiar sobre essa decisão. "Se a família autorizar, aí, sim, é feita a doação. É fundamental as pessoas conversarem na família o desejo delas de serem doadores", explica o especialista. Essa conversa prévia pode evitar conflitos emocionais em momentos já tão difíceis e garantir que a vontade do falecido seja respeitada, agilizando um processo onde o tempo é crucial para o sucesso dos transplantes.

A doação de órgãos sólidos como coração, fígado, rins e pulmões só é possível em casos de morte encefálica confirmada, quando o cérebro para de funcionar irreversivelmente, mas o coração continua batendo com apoio de equipamentos. Já a doação de córneas não exige esse critério específico, podendo ser realizada mesmo após parada cardíaca. A medula óssea, por sua vez, representa uma categoria à parte, pois exige que o doador esteja vivo para a realização do procedimento, que é considerado de baixo risco.

Poucas condições impedem completamente a doação de órgãos após a morte. Entre os impedimentos absolutos estão HIV ativo, câncer com metástase e infecções graves nos órgãos a serem doados. Doenças como diabetes, hipertensão, hepatites B e C e doença de Chagas não representam obstáculos absolutos, pois os órgãos passam por rigorosa avaliação médica antes da doação. Em alguns casos, órgãos de pessoas com hepatite, por exemplo, podem ser transplantados para receptores que já possuem a mesma condição.

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) coordena a maioria dos transplantes através de um complexo sistema de listas de espera que considera fatores como localização geográfica, compatibilidade imunológica, gravidade do receptor e tempo de espera. Os rins e o fígado são os órgãos mais frequentemente transplantados, enquanto pulmões e corações exigem critérios adicionais de compatibilidade de tamanho entre doador e receptor. Cada órgão possui um tempo máximo diferente para transplante, variando de 6 a 8 horas para coração e pulmão até 24 horas para rins.

Para os brumadinhenses interessados em incluir essa informação em seus documentos, o atendimento é realizado no serviço de identificação da Câmara Municipal, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, com agendamento presencial ou pelo telefone/WhatsApp (31) 3571-9601. A primeira via da Carteira de Identidade Nacional é gratuita, e é necessário apresentar certidão de nascimento ou casamento, CPF e, opcionalmente, outros documentos como título de eleitor ou comprovante de tipagem sanguínea. Ao solicitar o documento, basta informar o desejo de ser registrado como doador de órgãos para que essa nobre decisão possa, no futuro, transformar uma tragédia pessoal em esperança para diversas famílias.

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