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Setembro Amarelo reforça a importância de pedir ajuda e salvar vidas

  • Foto do escritor: Talles Costa
    Talles Costa
  • 1 de set.
  • 2 min de leitura
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Setembro chegou e, com ele, uma das campanhas mais importantes do calendário nacional: o Setembro Amarelo, voltado à valorização da vida e à prevenção do suicídio. A iniciativa, criada pela Associação Brasileira de Psiquiatria em parceria com o Conselho Federal de Medicina, chama a atenção para a necessidade de falar sobre saúde mental sem tabus e reforça que pedir ajuda pode salvar vidas. Em Brumadinho e em todo o país, especialistas alertam que reconhecer sinais de risco e buscar acolhimento imediato é fundamental para evitar tragédias silenciosas.

Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que mais de 700 mil pessoas tiram a própria vida todos os anos no mundo, o que representa uma morte a cada 100 ocorrências. No Brasil, a preocupação é ainda maior entre os jovens de 15 a 29 anos, faixa etária em que o suicídio já aparece como a quarta principal causa de morte. Apesar dos números alarmantes, médicos e psicólogos reforçam: a maioria dos casos pode ser prevenida com acompanhamento adequado, informação e acolhimento.

Frases como “não aguento mais” ou “nada faz sentido” não devem ser ignoradas, assim como mudanças bruscas de comportamento, isolamento repentino ou abandono de atividades rotineiras. Esses sinais podem estar associados a transtornos mentais, como depressão, ansiedade, bipolaridade ou esquizofrenia, mas também podem surgir diante de situações de violência, conflitos familiares e dificuldades sociais. Em qualquer cenário, ouvir sem julgamentos e encaminhar para atendimento profissional é uma das atitudes mais importantes.

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza, de forma gratuita, uma rede de apoio formada por Unidades Básicas de Saúde, Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) e o SAMU, pelo número 192, que deve ser acionado em emergências. Além disso, o Centro de Valorização da Vida (CVV) atua 24 horas por dia oferecendo apoio emocional voluntário, gratuito e sigiloso pelo telefone 188 ou pelo chat disponível no site cvv.org.br. Para muitas famílias, esse primeiro contato já se torna um ponto de virada no enfrentamento do sofrimento.

Em Brumadinho, a rede pública de saúde também integra a campanha, com ações de orientação e fortalecimento da rede de atenção psicossocial. A ideia é fazer com que a comunidade esteja atenta aos sinais, tanto para buscar ajuda quanto para oferecer suporte. Amigos, familiares e vizinhos podem ter papel decisivo na prevenção ao estarem próximos e prontos para acompanhar quem precisa.

Profissionais da saúde lembram ainda que 96,8% dos casos de suicídio têm relação com transtornos mentais diagnosticáveis e tratáveis. Por isso, o acompanhamento clínico e psicológico deve ser entendido como parte fundamental da prevenção. A psicóloga Ethel Poll, especialista em depressão, ressalta que o suicídio não deve ser visto como um ato isolado, mas como um sintoma de algo maior. Ela alerta que o estigma e o preconceito ainda impedem muitas pessoas de pedir ajuda, o que torna a conscientização ainda mais necessária.

Falar sobre o tema, ouvir sem críticas e abrir espaço para o diálogo é uma das maiores armas contra o silêncio que envolve o sofrimento mental. O Setembro Amarelo, mais uma vez, reforça o recado: pedir ajuda não é fraqueza, é um ato de coragem e pode significar um novo começo.

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