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Protesto interdita linha férrea e chega a Brumadinho no quarto dia de manifestação

  • Foto do escritor: Moisés Oliveira
    Moisés Oliveira
  • há 10 horas
  • 2 min de leitura
Foto - Divulgação
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O bloqueio da linha férrea que começou em Mário Campos na última segunda-feira (28) entrou em seu quarto dia de protestos e se expandiu para Brumadinho nesta quinta-feira (30), paralelamente à realização de uma audiência pública na Câmara Municipal que discutia o Programa de Transferência de Renda (PTR). A manifestação, organizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) com liderança de povos indígenas e comunidades afetadas pelo rompimento da barragem da Vale, intensificou suas reivindicações por direitos básicos há muito tempo negados. A expansão do protesto para o território brumadinhense demonstra o crescimento do movimento que busca respostas concretas sobre as medidas de reparação dos danos causados pela tragédia de 2019.

Os manifestantes exigem o pagamento imediato do auxílio emergencial há muito prometido, a manutenção da Assessoria Técnica Independente (ATI) da Aedas nos seis municípios impactados pelo desastre, e a inclusão efetiva das comunidades na gestão do Anexo I.1, que trata dos projetos de demandas dos atingidos. Outra reivindicação importante é o pagamento de diárias para conselheiros e conselheiras durante as atividades relacionadas ao processo de reparação, reconhecendo o trabalho essencial desses representantes na defesa dos direitos das vítimas.

A ocupação ocorre no estratégico ramal logístico Paraopeba, utilizado por diversas empresas mineradoras, incluindo a Vale, responsável pelo rompimento da barragem que matou 272 pessoas e contaminou o rio Paraopeba desde Brumadinho até a represa de Três Marias. A escolha do local não é casual - a ferrovia representa um dos principais corredores de escoamento da produção mineral da região, exercendo pressão econômica significativa para que as demandas sejam atendidas. A paralisaçao desse eixo logístico afeta diretamente as operações das mineradoras que utilizam a malha ferroviária.

A simultaneidade entre o protesto e a audiência pública na Câmara de Brumadinho sobre o PTR evidencia a insatisfação generalizada das comunidades com o andamento dos processos de reparação. Enquanto no legislativo municipal discutiam-se os impactos sociais e econômicos do encerramento do programa de transferência de renda, nas vias férreas a população demonstrava na prática sua indignação com a morosidade e a falta de transparência nas ações pós-tragédia. Para muitos brumadinhenses, ambas as situações refletem o abandono e a negligência no tratamento das consequências do maior desastre socioambiental da história de Minas Gerais.

O movimento ganha força em um momento crucial, quando as comunidades atingidas enfrentam incertezas sobre o futuro das políticas de reparação e assistência. A expansão do protesto para Brumadinho reforça a união entre os municípios afetados e a determinação em buscar soluções concretas para problemas que persistem mais de cinco anos após a tragédia que marcou profundamente a região e transformou para sempre a vida de milhares de famílias brumadinhenses.

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