Greve de caminhoneiros em Betim termina e afasta risco de desabastecimento em Brumadinho
- Guilherme Almeida
- 10 de jun.
- 2 min de leitura

O fim da paralisação dos caminhoneiros que prestam serviços à Vibra Energia, antiga BR Distribuidora, encerrou qualquer risco de desabastecimento de combustíveis em Minas Gerais e trouxe alívio também para moradores de Brumadinho, que dependem do transporte rodoviário para o abastecimento de postos locais e o funcionamento de setores essenciais. A greve, iniciada na manhã de segunda-feira (9) na base da empresa em Betim, durou menos de 24 horas e foi encerrada no fim da noite do mesmo dia, após a concessionária aceitar as exigências dos trabalhadores, entre elas o cumprimento do piso mínimo do frete e o vale-pedágio obrigatório.
A paralisação, ainda que breve, causou apreensão no setor de transporte e no comércio de diversos municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte, incluindo Brumadinho, onde comerciantes relataram receio de falta de diesel para abastecer caminhões de entrega e veículos que operam na área rural. A movimentação na base da Vibra, localizada na rua 103, no Distrito Industrial Paulo Camilo Sul — próxima à Refinaria Gabriel Passos (Regap) —, foi acompanhada de perto pela reportagem da Rádio Itatiaia, que registrou a normalização das atividades nesta terça-feira (10).
De acordo com informações repassadas pelo Sindtanque-MG, sindicato que representa os transportadores autônomos de combustíveis no estado, a decisão de encerrar a greve foi tomada após a empresa sinalizar positivamente para as reivindicações que estavam sendo ignoradas. Os caminhoneiros exigiam o pagamento integral do valor mínimo por quilômetro rodado, além do cumprimento do vale-pedágio obrigatório, direitos garantidos por lei, mas que, segundo o sindicato, vinham sendo descumpridos sistematicamente.
A rápida resolução da greve evitou impactos mais severos na distribuição de combustíveis em Minas Gerais. Para cidades como Brumadinho, que não contam com grandes estoques e cuja economia tem forte dependência logística, uma paralisação prolongada poderia ter causado reflexos no abastecimento agrícola, no transporte público e até mesmo nos atendimentos de emergência que dependem de veículos abastecidos. A preocupação com a instabilidade nos serviços é um reflexo da vulnerabilidade dos municípios do interior a ações de grandes empresas que operam sem previsibilidade ou diálogo com suas cadeias de operação.
A greve também expôs um problema estrutural no setor: mesmo após a privatização da BR Distribuidora, transformada em Vibra Energia, as condições de trabalho de quem mantém a operação logística funcionando seguem precárias, gerando insatisfação constante entre os trabalhadores autônomos. O Sindtanque-MG vem alertando há anos para a necessidade de fiscalização e respeito à legislação vigente. Embora a situação tenha sido contornada rapidamente desta vez, a categoria não descarta novas mobilizações caso os acordos não sejam respeitados a longo prazo.
A apuração das informações foi realizada pela Rádio Itatiaia e divulgada nesta terça-feira, dia 10 de junho. Os dados foram confirmados junto ao Sindtanque-MG e a base de operações da Vibra em Betim, com cobertura de profissionais da emissora no local da manifestação. A breve paralisação serviu como alerta para os impactos imediatos que greves do transporte de combustíveis podem causar não apenas nas capitais, mas principalmente em municípios mais afastados e dependentes, como Brumadinho.
Comments