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Exposição rotineira ao sol, sem proteção, é a maior causa do câncer de pele no país

  • Foto do escritor: Guilherme Almeida
    Guilherme Almeida
  • há 12 horas
  • 3 min de leitura
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A exposição solar diária, mesmo que por poucos minutos e sem a devida proteção, representa o maior fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pele, o tipo mais comum no Brasil. Durante o Dezembro Laranja, mês de conscientização sobre a doença, especialistas reforçam que o perigo não se restringe ao verão ou a momentos de lazer intenso, mas está presente na rotina de milhões de pessoas, incluindo os moradores de Brumadinho, que muitas vezes se expõem ao sol no trabalho ao ar livre, no deslocamento ou em atividades cotidianas. O acúmulo de radiação ultravioleta ao longo dos anos pode levar a lesões que, se não identificadas a tempo, evoluem para quadros graves.

Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o país deve registrar cerca de 220 mil novos casos de câncer de pele não melanoma por ano no triênio 2023-2025, além de aproximadamente 9 mil diagnósticos de melanoma, a forma mais agressiva da doença. Esses números colocam o câncer de pele no topo da incidência de tumores no Brasil, superando outros tipos e afetando principalmente as regiões Sul e Sudeste, onde a radiação solar é mais intensa. Para a população de Brumadinho, que vive em uma região de clima quente e muitas vezes trabalha em atividades externas, a atenção a esse risco deve ser constante.

O oncologista Roberto Porto Fonseca explica que o principal vilão é a exposição excessiva e desprotegida ao sol, um hábito que eleva significativamente o risco, especialmente em pessoas de pele clara, com histórico familiar da doença ou que sofreram queimaduras solares na infância. Ele destaca que, embora o câncer de pele seja o mais frequente, também é um dos mais preveníveis e com altas chances de cura quando detectado precocemente. A dermatologista Maria Cristina Abritta complementa alertando para o “efeito cumulativo” da radiação, em que cada minuto de exposição sem proteção, somado ao longo da vida, contribui para o surgimento de lesões.

A detecção precoce é uma aliada fundamental no combate à doença. Especialistas recomendam o autoexame periódico da pele, seguindo a regra ABCDE, que observa Assimetria, Bordas irregulares, Cor com múltiplos tons, Diâmetro maior que 6 mm e Evolução (mudança no aspecto da pinta). Feridas que não cicatrizam em quatro semanas, manchas que descamam ou lesões brilhantes que sangram com facilidade também são sinais de alerta. Em Brumadinho, onde o acesso a serviços de saúde especializados pode ser um desafio, a conscientização sobre a autoobservação ganha importância ainda maior.

A prevenção eficaz vai além do uso do protetor solar. Especialistas orientam a evitar a exposição direta ao sol entre 10h e 16h, horário de maior intensidade dos raios UV, e a adotar barreiras físicas como bonés, chapéus, óculos escuros e roupas de tecido opaco. O filtro solar com FPS 50 ou superior deve ser aplicado diariamente, mesmo em dias nublados ou durante atividades rotineiras, e reaplicado a cada duas horas. É importante lembrar que a areia e a água refletem a radiação, exigindo proteção mesmo na sombra. Para os brumadinhenses, que têm no sol um elemento constante, incorporar esses hábitos pode significar a diferença entre a saúde e o adoecimento.

Em relação à vitamina D, essencial para o organismo, os médicos tranquilizam: a síntese dessa vitamina não justifica a exposição solar desprotegida. Em um país tropical como o Brasil, a radiação incidental recebida durante as atividades do dia a dia já é suficiente para sua produção. Caso haja deficiência comprovada por exames, a suplementação oral é a alternativa segura e indicada. A mensagem final dos especialistas é clara: proteger-se do sol é uma necessidade diária, e a observação atenta da própria pele, associada a consultas médicas regulares, são atitudes simples que podem salvar vidas.


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