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Deputado Pedro Aihara se licencia do cargo para tratamento de saúde e motivos particulares

  • Foto do escritor: Moisés Oliveira
    Moisés Oliveira
  • 1 de nov.
  • 2 min de leitura
Foto: Zeca Ribeiro /Câmara dos Deputados
Foto: Zeca Ribeiro /Câmara dos Deputados

O deputado federal Pedro Aihara (PRD-MG) solicitou licença de seu mandato por 121 dias a partir de 30 de outubro, em um momento considerado crítico para Brumadinho, onde as discussões sobre reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem da Vale enfrentam novos impasses. O afastamento, dividido em 13 dias para tratamento de saúde e 108 dias para "interesse particular", ocorre quando a população brumadinhense aguarda decisões fundamentais sobre programas de auxílio emergencial e medidas de reparação, gerando insatisfação entre moradores e lideranças locais. A licença abre espaço para que o empresário Fabiano Cazeca assuma temporariamente a vaga na Câmara dos Deputados, em uma movimentação interpretada por setores políticos como estratégia de projeção eleitoral para 2026.

A decisão do parlamentar é vista com preocupação por comunidades atingidas que esperavam representação mais efetiva no Congresso Nacional durante um período de incertezas sobre o futuro dos programas de assistência. Aihara, que construiu sua base eleitoral em Brumadinho e municípios vizinhos com o discurso de defesa dos direitos das vítimas do desastre de 2019, se afasta justamente quando novas mobilizações populares tomam conta da região e processos judiciais decisivos para a continuidade das políticas de reparação estão em andamento. O timing do afastamento reforça as críticas de que o deputado estaria abandonando seus eleitores no momento de maior necessidade.

Nos círculos políticos, a licença é interpretada como uma manobra articulada pelo PRD para projetar nacionalmente o nome de Fabiano Cazeca, que assume interinamente o cargo. A estratégia, revelada pela colunista Edilene Lopes da Rádio Itatiaia, tem como objetivo preparar o terreno para as eleições de 2026, utilizando a visibilidade do mandato para fortalecer a candidatura do suplente. Essa movimentação partidária, no entanto, ocorre à revelia das expectativas da população brumadinhense, que se sente prejudicada pela troca de representação em um período tão sensível.

Durante seu mandato, Aihara focou sua atuação parlamentar em temas relacionados à defesa civil e gestão de desastres, mas muitas lideranças locais esperavam um empenho mais vigoroso nas discussões específicas sobre a reparação integral do crime ambiental cometido pela Vale. O afastamento no atual contexto aprofunda a sensação de desamparo entre os brumadinhenses, que veem seus principais representantes se distanciarem das pautas locais em momentos decisivos para o futuro da cidade.

A assessoria do deputado não detalhou os motivos específicos da licença nem se manifestou sobre as críticas relacionadas ao possível caráter político da decisão. Enquanto isso, Brumadinho, município que contribuiu significativamente para a eleição de Aihara, enfrenta mais um capítulo de incertezas em seu processo de reconstrução, agora sem sua principal voz no parlamento federal em um momento que exigiria máxima articulação política em defesa dos interesses das vítimas.

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