Custo da produção sobe e ovos ficam mais caros nos supermercados

Foto: Agrimídia

Os moradores de Brumadinho têm sentido no bolso o aumento expressivo no preço dos ovos, reflexo de um cenário nacional de demanda aquecida e custos elevados na produção. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a valorização do produto deve continuar pelos próximos dois meses, período da Quaresma, quando há um crescimento natural no consumo, impulsionado pela substituição da carne vermelha por proteínas alternativas. Ao mesmo tempo, fatores como a alta nos insumos e as temperaturas recordes impactam diretamente a oferta, tornando o produto ainda mais caro nas prateleiras dos supermercados locais.

Para os produtores, esse movimento é sazonal, mas agravado por um aumento expressivo nos custos da produção. O milho, base da alimentação das galinhas, teve elevação de 30% nos últimos oito meses, enquanto os insumos para embalagens mais que dobraram de preço. Além disso, o calor excessivo registrado no país tem afetado a produtividade das aves, reduzindo a oferta de ovos no mercado.

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) já havia alertado para a alta dos preços repassados pelos fornecedores desde a segunda quinzena de janeiro. De acordo com o vice-presidente da entidade, Márcio Milan, a combinação entre maior procura e oferta reduzida tem resultado em reajustes significativos. Em algumas regiões, o aumento já chega a 40%, um cenário que tem levado muitos consumidores a buscar alternativas mais acessíveis para compor a alimentação diária.

Outro fator que impacta diretamente o consumidor é a nova classificação do peso médio dos ovos, determinada pelo Ministério da Agricultura. A nova portaria reduziu em quase 10 gramas a média de peso por unidade, o que significa que, além de pagar mais caro, o consumidor recebe menos produto. Diante dessa realidade, a Abras segue monitorando o comportamento do mercado e reforça a necessidade de equilíbrio nos preços para evitar prejuízos ainda maiores à população.

Em Brumadinho, comerciantes e clientes têm buscado estratégias para driblar os aumentos. Alguns mercados relatam que, apesar da alta, as vendas continuam firmes, pois os ovos seguem como uma das principais fontes de proteína acessível para muitas famílias. Já consumidores reclamam da dificuldade de manter o orçamento doméstico equilibrado, com os preços dos alimentos pressionados pela inflação. Enquanto o cenário não se estabiliza, a expectativa é de que a situação só melhore após o fim da Quaresma, quando a demanda pelo produto tende a cair e os preços possam ser reajustados para baixo.