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Boato sobre Febre Maculosa assusta moradores do Varjão, mas caso é descartado

  • Foto do escritor: Talles Costa
    Talles Costa
  • 22 de jul.
  • 3 min de leitura
Estima-se que mais de trinta capivaras estejam circulando livremente na região, fato que contribuiu para o clima de insegurança entre os vizinhos. Foto: Divulgação
Estima-se que mais de trinta capivaras estejam circulando livremente na região, fato que contribuiu para o clima de insegurança entre os vizinhos. Foto: Divulgação

O aumento expressivo da população de capivaras no entorno das lagoas do Varjão, em Brumadinho, e a morte recente de um bezerro geraram apreensão entre moradores da região e colocaram a Febre Maculosa novamente no centro das atenções. O temor da presença da doença fez com que a comunidade procurasse apoio de autoridades locais e levantou discussões sobre prevenção, diagnóstico e a necessidade de ação do poder público. O caso provocou uma série de questionamentos nas redes sociais e nos grupos da cidade, reacendendo um alerta sobre o risco do carrapato-estrela, vetor da enfermidade.

A inquietação teve início após a circulação da informação de que um bezerro havia morrido com sintomas semelhantes aos da Febre Maculosa. A suspeita se espalhou rapidamente, em parte alimentada pelo fato de que, segundo moradores, o número de capivaras nas proximidades do lago cresceu significativamente nos últimos meses. Estima-se que mais de trinta desses animais estejam circulando livremente na região, fato que contribuiu para o clima de insegurança entre os vizinhos.

A doença em questão, embora relativamente rara, é altamente perigosa. A Febre Maculosa é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii e transmitida pela picada do carrapato-estrela, frequentemente encontrado no corpo de animais silvestres. Os primeiros sintomas incluem febre alta, dores pelo corpo, vômitos e manchas avermelhadas, e a evolução pode ser fatal se não tratada a tempo. O histórico recente de mortes em municípios vizinhos, como Belo Horizonte, reforçou o sentimento de urgência em Brumadinho.

O vereador Civoney Tavares, após ser procurado por moradores, decidiu investigar a situação e mobilizou o setor de zoonoses e equipes da saúde municipal. A primeira providência foi apurar a causa da morte do animal. Segundo informações obtidas junto ao proprietário da fazenda onde ocorreu o óbito, o diagnóstico apontou para babesiose — também conhecida como "tristeza parasitária bovina", uma enfermidade causada por carrapatos, mas distinta da Febre Maculosa. De acordo com os dados repassados pelas unidades de saúde, nenhum caso humano com sintomas compatíveis com a doença foi registrado recentemente em Brumadinho.

Mesmo com a confirmação de que não se trata de Febre Maculosa, a preocupação permanece. Isso porque a presença descontrolada de capivaras em áreas urbanas pode, sim, representar risco potencial à saúde pública. Diante desse cenário, a Prefeitura iniciou articulações para acompanhar de forma mais rigorosa o comportamento desses animais e avaliar possíveis medidas de controle e prevenção. A ideia é evitar o surgimento de novos boatos, e, principalmente, de situações mais graves no futuro.

Outro ponto sensível levantado por Civoney Tavares é a necessidade de evitar que a população reaja de forma equivocada, com atitudes violentas contra os animais silvestres. O parlamentar lembrou do episódio da febre amarela, quando diversos macacos foram mortos injustamente por moradores que acreditavam que eles eram transmissores da doença. “Infelizmente, a falta de informação pode gerar mais tragédia do que o próprio vírus. Já vimos isso acontecer. Capivaras são parte do nosso ecossistema. Elas não são culpadas e nem devem ser atacadas”, frisou.

Com isso, ganha força a ideia de que o combate às doenças deve passar, prioritariamente, pela educação e pela informação. A população, além de vigilante, precisa estar orientada sobre os riscos e as formas corretas de prevenção. Entre as recomendações, estão o uso de roupas claras e compridas ao circular por áreas de mato ou beira de lagoas, além da verificação frequente da presença de carrapatos no corpo e a busca imediata por atendimento médico diante de qualquer sintoma suspeito.

Enquanto aguardam ações mais concretas, os moradores do Varjão seguem atentos ao desdobramento da situação. O caso reforça a importância de Brumadinho adotar uma política ativa de vigilância ambiental, com campanhas permanentes de orientação, controle da fauna e resposta rápida a qualquer possível ameaça à saúde pública.

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