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Audiovisual como ferramenta de inclusão: Cineasta lança TV APAE em Brumadinho

  • Foto do escritor: Talles Costa
    Talles Costa
  • 13 de ago.
  • 2 min de leitura
Foto - TV APAE
Foto - TV APAE

Em Brumadinho, um projeto inovador está provando que o audiovisual pode ser uma ferramenta poderosa de inclusão e transformação social. Idealizado pelo cineasta John Lennon, da CinemUai Produtora e da Associação Brumadinhense de Audiovisual CinemUai, a iniciativa capacita alunos da APAE local em técnicas de cinema, criando não apenas uma nova perspectiva profissional, mas também desafiando estereótipos sobre as capacidades de pessoas com deficiência (PCDs). Com filmagens práticas, documentários em produção e até uma "TV APAE" para registrar o cotidiano da instituição, o projeto já mostra resultados que vão além das expectativas.

A motivação para o trabalho veio de uma inquietação pessoal. Pai de Lucas, um menino autista não verbal de 10 anos, John Lennon conhece de perto as incertezas que cercam o futuro de crianças com deficiência. "Todos os pais se perguntam: o que será do meu filho quando eu não estiver aqui?", reflete. Foi essa preocupação, somada à percepção da falta de oportunidades intelectualmente desafiadoras para PCDs, que o levou a unir seu expertise em audiovisual a uma causa social. "Quero mostrar que limitações não definem potencial. Eles podem ter carreiras sólidas e independência", afirma.

A parceria com a APAE de Brumadinho foi recebida com entusiasmo pela comunidade. A "TV APAE", criada para documentar atividades da instituição, já produz vídeos sobre terapias, aulas e eventos, todos com a participação efetiva dos alunos. Quatro jovens — Lucas Silva, Cristian Aquino, Matheus Araújo e Milena Gabriela — formam a primeira turma e hoje são integrantes fixos da equipe da CinemUai, trabalhando em projetos como um documentário encomendado pela UFMG e outro sobre a vida do artista Paulo Viotti, financiado pela Lei Aldir Blanc. As filmagens ocorrem entre setembro e outubro, com previsão de estreia até dezembro.

A metodologia do projeto prioriza a prática. Os alunos manuseiam equipamentos profissionais, aprendem sobre enquadramento, captação de áudio e edição, sempre com adaptações que respeitam suas individualidades. "Se alguém tem dificuldade de movimento, focamos em cenas com tripé. O importante é valorizar o que cada um faz melhor", explica John. A receptividade dos estudantes é visível: a cada aula, ganham mais confiança e habilidades, como relata o cineasta. "Eles estão ávidos para aprender. Cada progresso, por menor que seja, é uma vitória."

Para John Lennon, Brumadinho tem tudo para se tornar um polo de inclusão audiovisual. "A cidade tem uma riqueza cultural subexplorada e talentos que só precisam de oportunidade", diz. O plano é expandir o projeto: em 2026, mais 12 alunos da APAE devem ingressar no curso, com a meta de, em alguns anos, formar dezenas de profissionais capacitados. A iniciativa também busca parcerias para aquisição de equipamentos e apoio a novas produções.

A mensagem que John deixa para outros profissionais é clara: "Enxerguem além das limitações. PCDs têm muito a contribuir quando lhes damos espaço e ferramentas". A população pode apoiar seguindo a @tvapaedebrumadinho no Instagram, divulgando o trabalho ou contribuindo com doações. "Acreditem neles", reforça. "Você vai se surpreender."

Com premiações em seu currículo e agora à frente de um projeto social impactante, John Lennon e a CinemUai reafirmam o poder do cinema como agente de mudança — e Brumadinho colhe os frutos dessa visão.



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