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Amônia é a causa da mortandade de peixes no Rio Paraopeba, aponta laudo

  • Foto do escritor: Moisés Oliveira
    Moisés Oliveira
  • 16 de out.
  • 2 min de leitura
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Um laudo técnico divulgado pelo Comitê da Bacia do Rio Paraopeba confirmou que a morte de aproximadamente seis mil peixes registrada em setembro foi causada por contaminação por amônia associada à redução dos níveis de oxigênio na água. O documento, tornado público nesta quarta-feira (15/10), revela que o impacto ambiental afetou gravemente o ecossistema aquático desde o encontro do Rio Betim com o Paraopeba até o município de Esmeraldas, atingindo inclusive espécies tradicionalmente resistentes à poluição, como cascudos, surubins e pacamãs. O episódio representa mais um capítulo preocupante na história ambiental da bacia hidrográfica que banha Brumadinho e outras cidades da região.

As análises realizadas nos peixes mortos detectaram hemorragias nas brânquias e lesões internas características de intoxicação aguda por compostos nitrogenados. Segundo os especialistas que conduziram a investigação, os compostos tóxicos - com destaque para a amônia e seus derivados - teriam sido lançados no curso d'água nas proximidades do Distrito Industrial de Juatuba. A contaminação criou um ambiente hostil para a vida aquática, onde a combinação de substâncias tóxicas e a diminuição do oxigênio dissolvido tornou impossível a sobrevivência dos animais.

O presidente do Comitê da Bacia do Rio Paraopeba, Heleno Maia, anunciou que a próxima fase do trabalho consistirá na coleta de sedimentos nas empresas do distrito industrial para identificar quais unidades utilizam amônia em seus processos produtivos e verificar possíveis falhas no tratamento de efluentes. "Nossa prioridade é identificar os responsáveis por este desastre ambiental e garantir que sejam devidamente responsabilizados", afirmou Maia, acrescentando que todas as medidas necessárias estão sendo tomadas para prevenir novos episódios de contaminação e proteger o meio ambiente da região.

O laudo completo será encaminhado oficialmente nesta quinta-feira (16/10) ao Ministério Público, à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e às secretarias municipais da região do Médio Paraopeba. O documento servirá como base para ações judiciais e administrativas contra os responsáveis pela contaminação, que poderão responder por crimes ambientais conforme a legislação vigente. Para Brumadinho e demais municípios banhados pelo Paraopeba, a situação reforça a necessidade de monitoramento constante da qualidade das águas que abastecem a população e sustentam os ecossistemas locais.

Além do Comitê da Bacia, a mortandade de peixes continua sendo investigada por outros órgãos ambientais, incluindo o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e a Secretaria de Meio Ambiente. A articulação entre estas instituições busca não apenas apurar as causas imediatas do desastre, mas também implementar medidas preventivas para evitar que novos episódios de contaminação voltem a ameaçar o frágil ecossistema do Rio Paraopeba, que já enfrenta diversos desafios ambientais históricos. O caso evidencia a urgência de políticas mais rigorosas de controle de efluentes industriais e a importância da preservação dos recursos hídricos para as gerações presentes e futuras de brumadinhenses e demais populações que dependem da bacia do Paraopeba.

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