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Último pagamento do PTR será feito amanhã (1º); FGV tem 3 dias para explicar corte à Justiça

  • Foto do escritor: Moisés Oliveira
    Moisés Oliveira
  • 30 de set.
  • 2 min de leitura
Foto - Divulgação
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A Justiça determinou que a Fundação Getúlio Vargas (FGV) apresente explicações detalhadas em 72 horas sobre o encerramento antecipado do Programa de Transferência de Renda (PTR) para as famílias atingidas pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. A decisão do juiz Murilo Silvio de Abreu, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Belo Horizonte, ocorre no momento em que milhares de brumadinhenses receberão nesta quarta-feira (1º) a última parcela do benefício, três meses antes do previsto originalmente, gerando apreensão e protestos entre os moradores que dependiam do auxílio para sobreviver.

De acordo com a determinação judicial, os documentos entregues até o momento pela FGV não oferecem transparência suficiente para justificar a interrupção precoce do programa, que deveria continuar até janeiro de 2026. O magistrado reforçou a necessidade de dados objetivos que comprovem a viabilidade da medida sem prejudicar os atingidos. A decisão expõe as fragilidades no processo de reparação e aumenta a pressão sobre as instituições envolvidas, especialmente em um contexto onde mensagens trocadas entre comunidades revelam desespero diante da iminência do colapso social.

Nas redes sociais e grupos de WhatsApp, moradores expressam temor sobre o futuro sem o auxílio. "Todos vão passar fome, todos atingidos endividados", diz uma das mensagens que circulam entre os brumadinhenses. Relatos apontam que o valor de R$ 379,50 já era insuficiente para cobrir despesas básicas como alimentação, medicamentos e consultas médicas, criando um cenário de vulnerabilidade extrema que deve se agravar com o fim do programa. Outras mensagens citam o descaso das instituições e a contaminação do Rio Paraopeba como fatores que aprofundam a crise humanitária na região.

A insatisfação com a atuação da FGV no processo de reparação não é nova. Desde o início, comunidades e movimentos sociais questionaram a legitimidade da fundação para gerenciar programas tão essenciais, apontando distanciamento da realidade local, falta de diálogo efetivo e metodologias burocráticas que não atendem às necessidades reais da população. Essas críticas se intensificaram com mudanças repentinas nas regras, redução de valores e falta de transparência, consolidando entre os brumadinhenses a percepção de que a instituição age sem sensibilidade diante do sofrimento das famílias.

Enquanto aguardam o posicionamento da FGV, as comunidades temem os meses de novembro e dezembro sem qualquer apoio financeiro. Muitos acusam a Vale de tentar se esquivar de suas responsabilidades previstas no acordo judicial, enquanto questionam a atuação do Ministério Público e do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, vistos como omissos na garantia de alternativas que assegurem a sobrevivência das famílias. A decisão judicial mantém viva a luta pelo direito à reparação integral e revela o abismo entre os cronogramas institucionais e a realidade social de Brumadinho.

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