Vale questiona valores e pede prazo para possível retomada de auxílio em Brumadinho
- Moisés Oliveira

- 24 de nov.
- 2 min de leitura

A Vale solicitou à Justiça um prazo de 30 dias para realizar o depósito de R$ 234 milhões destinado à retomada do auxílio emergencial para as famílias atingidas pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, questionando os valores apresentados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e alegando falta de detalhamento nos cálculos que fundamentam o montante. A manifestação da mineradora, enviada à 2ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias de Belo Horizonte, contesta a decisão judicial que determinava o repasse do valor em cinco dias, iniciados na última terça-feira (18), e pode adiar o recebimento do benefício por milhares de famílias em situação de vulnerabilidade.
Em sua defesa, a Vale argumenta que a FGV, responsável pela gestão do Programa de Transferência de Renda (PTR), não apresentou a memória de cálculo que justifique a necessidade de R$ 702,3 milhões para a manutenção dos pagamentos até janeiro de 2026 – valor que serviu de base para a determinação do depósito inicial de um terço desse total. A empresa afirma que, sem acesso aos critérios de apuração, é “impossível verificar a razoabilidade dos valores” e ressalta que a fundação revisou posteriormente o montante para R$ 525,7 milhões, o que reduziria a parcela inicial para R$ 175,2 milhões.
A mineradora também destacou que a gestão do PTR foi conduzida exclusivamente pelas Instituições de Justiça e pela FGV, limitando seu acesso a informações detalhadas sobre a aplicação dos recursos. Além de solicitar a extensão do prazo para 30 dias, a empresa pediu 15 dias para se manifestar sobre os valores após o esclarecimento dos cálculos, posicionamento que gerou reação imediata dos representantes das famílias atingidas.
Advogados responsáveis pela ação classificaram o pedido da Vale como uma manobra que coloca em risco a subsistência de milhares de pessoas, especialmente no período que antecede o Natal. Eles enfatizaram que a discussão contábil não pode se sobrepor à urgência de garantir alimentação e condições mínimas de dignidade para aqueles que dependem do auxílio. “Estamos diante de uma situação de insegurança alimentar e violação de direitos mínimos da dignidade humana”, afirmou o escritório Almeida & Sena em manifestação encaminhada à Justiça.
Para a comunidade de Brumadinho, que convive há quase sete anos com os impactos da tragédia que matou 272 pessoas, a indefinição sobre a retomada dos repasses representa mais um capítulo de incertezas e dificuldades. Muitas famílias dependem do auxílio para cobrir despesas básicas, e a interrupção do PTR em outubro aprofundou a situação de


















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