Vacina 100% brasileira contra covid avança para fase final de testes na UFMG
- Talles Costa
- 13 de out.
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Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais desenvolveram a primeira vacina totalmente brasileira contra a covid-19, que acaba de concluir com sucesso as fases iniciais de testes e aguarda autorização para a etapa final de estudos clínicos. O imunizante SpiN-TEC, resultado de uma parceria entre a UFMG e a Fundação Ezequiel Dias com investimento de R$ 140 milhões do Ministério da Ciência e Tecnologia, demonstrou perfil de segurança superior ao da vacina da Pfizer, causando menos efeitos colaterais nos voluntários. A expectativa é que o produto esteja disponível para a população pelo SUS até o início de 2027, marcando um avanço histórico para a soberania nacional em saúde pública.
O coordenador do Centro de Tecnologia de Vacinas da UFMG, Ricardo Gazzinelli, destacou que a SpiN-TEC utiliza uma estratégia inovadora baseada na imunidade celular, preparando as células do organismo para reconhecer e destruir especificamente as infectadas pelo vírus. Esta abordagem mostrou-se particularmente eficaz contra diferentes variantes da covid-19 durante os ensaios com animais e nos dados preliminares obtidos com humanos. A tecnologia desenvolvida representa um marco para a ciência brasileira, que pela primeira vez conseguiu transpor a barreira entre a pesquisa acadêmica e os ensaios clínicos com um produto totalmente idealizado e desenvolvido no país.
Para os brumadinhenses, que enfrentaram os desafios da pandemia em um contexto já marcado pelas consequências da tragédia da barragem, o anúncio representa não apenas uma esperança de proteção contra a covid-19, mas também um motivo de orgulho pela contribuição mineira à ciência nacional. A proximidade geográfica com Belo Horizonte, onde a vacina foi desenvolvida, reforça a importância das instituições mineiras na vanguarda da pesquisa científica brasileira e na construção de soluções para problemas de saúde pública que afetam toda a população.
A fase 3 dos testes clínicos, que depende agora da autorização da Anvisa, envolverá aproximadamente 5,3 mil voluntários de todas as regiões do Brasil. O sucesso deste projeto abre precedentes importantes para o desenvolvimento de outros imunizantes contra doenças como malária, leishmaniose, doença de Chagas e monkeypox, consolidando o ecossistema de inovação em vacinas no país. Para uma cidade como Brumadinho, que conhece na prática a importância dos avanços científicos para a proteção da vida, a notícia reforça a confiança na capacidade nacional de enfrentar futuros desafios sanitários.
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