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'Respirar pela boca: só um hábito ou um alerta?'

  • Foto do escritor: Redação Portal Independente
    Redação Portal Independente
  • 18 de set.
  • 3 min de leitura
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A respiração oral pode afetar fala, sono, atenção e muito mais

 

Muitos pais acreditam que a criança que respira pela boca “se acostumou” assim e que não há maiores consequências. Mas a ciência mostra que a respiração oral não é apenas um hábito inofensivo, pode ser um sinal de alerta para a saúde geral e para o desenvolvimento infantil.

A respiração deve ocorrer naturalmente pelo nariz, que funciona como um filtro: aquece, umidifica e purifica o ar antes que ele chegue aos pulmões.Quando a criança (ou o adulto) passa a respirar principalmente pela boca, chamamos isso de respiração oral.

Esse padrão pode se instalar de forma temporária (durante uma gripe, por exemplo), mas quando se mantém por tempo prolongado pode indicar algum tipo de obstrução ou alteração funcional.

 

Causas comuns da respiração oral:

  • Adenoides e amígdalas aumentadas: podem bloquear a passagem do ar pelo nariz.

  • Rinite alérgica ou sinusite crônica: causam congestão e dificultam a respiração nasal.

  • Desvio de septo: alteração anatômica que prejudica a passagem do ar.

  • Hábitos prolongados (como uso excessivo de chupeta ou mamadeira): podem alterar o tônus muscular e favorecer o padrão oral.

  • Aspectos funcionais e posturais: quando a criança não aprende a posicionar corretamente língua e lábios.

Como identificar uma criança respiradora oral?

  • Alguns sinais podem ajudar os pais a perceberem:

  • Boca frequentemente aberta.

  • Lábios ressecados e rachados.

  • Roncos e sono agitado.

  • Dificuldade de concentração e atenção durante o dia.

  • Postura corporal alterada (cabeça projetada para frente).

  • Alterações dentárias, como mordida aberta ou estreitamento do palato.

  • Voz anasalada ou fala com articulação imprecisa.

Esses sinais não aparecem todos juntos em todos os casos, mas já merecem investigação.


Quais as consequências da respiração pela boca?

Pesquisas na área da saúde mostram que a respiração oral crônica pode impactar diferentes áreas do desenvolvimento:

  • Fala e linguagem: a posição inadequada da língua pode dificultar a produção correta de alguns sons.

  • Sono: maior tendência a ronco, apneia e sono não reparador.

  • Atenção e aprendizado: noites mal dormidas reduzem a concentração, aumentam irritabilidade e dificultam a aprendizagem.

  • Crescimento facial: alterações na musculatura podem potencializar  olheiras, alongamento da face e alterações dentárias.

  • Saúde geral: maior risco de infecções respiratórias, já que o ar não passa pela filtragem natural do nariz.


O papel do fonoaudiólogo e da equipe multidisciplinar

O tratamento da respiração oral exige olhar integrado. Normalmente, envolve:

  • Otorrinolaringologista: avalia possíveis obstruções anatômicas e indica tratamentos clínicos e/ou cirúrgicos.

  • Fonoaudiólogo: atua na reeducação miofuncional, trabalhando postura de língua, lábios e respiração.

  • Dentista/ortodontista: corrige alterações dentárias e acompanha o crescimento facial.

  • Alergista ou pediatra: investiga causas alérgicas ou respiratórias de base.

Essa atuação conjunta é fundamental para não apenas resolver a causa, mas também reeducar os músculos orofaciais e garantir uma respiração eficiente.


O que os pais podem fazer?

  • Observar se a criança dorme com a boca aberta ou ronca com frequência.

  • Perceber se há cansaço excessivo, dificuldade de concentração ou irritabilidade durante o dia.

  • Estimular brincadeiras que envolvam sopro (bolhas de sabão, assoprar velas), sem substituir acompanhamento profissional, mas ajudando na conscientização respiratória.

  • Procurar avaliação especializada ao notar sinais persistentes.


Respirar pela boca não é apenas um hábito. É um sinal que pode indicar dificuldades de saúde, impactar o sono, a atenção, a fala e até o crescimento da face. Quanto antes for identificado e tratado, melhores os resultados para a qualidade de vida da criança.

Por isso, diante de dúvidas, não hesite: buscar ajuda de profissionais especializados é o primeiro passo para devolver ao corpo o que ele precisa, que é uma respiração natural, saudável e cheia de benefícios.

 

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Gabriela Rios

Fonoaudióloga - Graduada pela UFMG | CRFa 6-10868

Atendimentos no Espaço Cuidar | SR, em Brumadinho Especialização em Neuroeducação

Consultora de Amamentação

Aperfeiçoamento em Desmame Gradual

Capacitação em ABA naturalista

31 9 99878800 | ga-rios@hotmail.com | Instagram



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