Proibida por lei, linha chilena quase tira a vida de trabalhador em Brumadinho
- Moisés Oliveira
- 9 de set.
- 2 min de leitura

Um grave acidente em Brumadinho acendeu novamente o alerta para os perigos do uso de linhas cortantes, como cerol e linha chilena. Um homem de 45 anos, morador do bairro José Henriques, sofreu um corte profundo no pescoço após ser atingido enquanto pilotava sua motocicleta em uma estrada dentro de uma propriedade particular, na tarde desta segunda-feira (8). O ferimento atingiu uma artéria e chegou a apenas um milímetro da carótida, o que poderia ter resultado em morte imediata.
A vítima foi levada inicialmente para a UPA de Brumadinho, onde a rápida atuação de um cirurgião foi essencial para conter a hemorragia. O médico precisou utilizar pinças para estancar o sangramento antes da transferência para o Hospital Regional, onde o homem passou por uma cirurgia complexa que durou várias horas e terminou apenas por volta das 22h. Já na manhã desta terça-feira (9), ele apresentou melhora significativa, conseguindo conversar com familiares, se alimentar e tomar banho.
O caso viralizou nas redes sociais e chamou atenção para a gravidade do problema, uma vez que o uso da linha chilena é proibido no Brasil justamente pelo risco que representa para motociclistas, ciclistas e pedestres. Em Brumadinho, a ocorrência reforça a urgência de medidas de fiscalização mais efetivas e de campanhas permanentes de conscientização, já que, apesar da proibição, a prática ainda é comum, principalmente durante a temporada de pipas.
Especialistas alertam que linhas como a chilena e o cerol são confeccionadas com materiais altamente cortantes, como pó de vidro e quartzo, podendo provocar cortes profundos e fatais, além de gerar riscos elétricos quando em contato com a rede de energia. Crianças e adolescentes também estão entre os mais expostos, tanto pelo manuseio das pipas quanto pelo risco de acidentes durante brincadeiras nas ruas.
Para a população brumadinhense, o episódio serve como mais uma prova de que o problema não pode ser tratado apenas como recreação. A proibição precisa ser acompanhada de fiscalização, combate ao comércio ilegal e denúncias da própria comunidade. Só assim será possível evitar que vidas sejam colocadas em risco por uma prática que insiste em desafiar a lei e a segurança pública.
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