Piso nacional terá aumento real em 2026, com correção acima da inflação
- Guilherme Almeida

- há 3 dias
- 3 min de leitura

O governo federal confirmou nesta quarta-feira (10) o novo valor do salário mínimo para 2026, que passará de R$ 1.518 para R$ 1.621, representando um aumento de 6,79% sobre o piso atual. A medida começa a valer em janeiro e terá impacto direto no bolso de milhões de trabalhadores, aposentados e beneficiários de programas sociais em cidades como Brumadinho, onde a renda familiar está diretamente ligada ao piso nacional e ao custo de vida local.
O reajuste do salário mínimo brasileiro para 2026 foi oficializado pelo Ministério do Planejamento e Orçamento após a divulgação dos índices econômicos que balizam a correção anual. O cálculo considera a inflação acumulada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 12 meses até novembro de 2025, que ficou em 4,18%, acrescida de uma parcela de crescimento econômico, limitada pela regra fiscal vigente.
O novo piso, fixado em R$ 1.621, representará um aumento de R$ 103 em relação ao valor atual de R$ 1.518, pago em 2025, e será aplicado a partir de janeiro de 2026, refletindo no pagamento efetuado em fevereiro.
Para muitos trabalhadores e suas famílias, o reajuste do salário mínimo tem impacto direto não só nos rendimentos mas também no acesso a direitos e benefícios. A elevação do piso eleva automaticamente valores de benefícios previdenciários como aposentadorias e pensões, o seguro-desemprego, abono salarial e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que utilizam o salário mínimo como referência.
Em Brumadinho, onde o mercado de trabalho informal é expressivo e parte considerável da população recebe salários próximos ao mínimo, a atualização pode trazer algum alívio nas despesas domésticas — ainda que o aumento não acompanhe integralmente os custos crescentes de itens básicos como alimentação, transporte e combustíveis, que nos últimos anos pressionam o orçamento familiar. A correção do piso nacional também influencia as negociações salariais e acordos coletivos na região, especialmente em setores de comércio, serviços e pequenas empresas.
O cálculo do reajuste do salário mínimo combina dois fatores principais: a correção pela inflação medida pelo INPC e o crescimento real da economia, expresso pelo Produto Interno Bruto (PIB) de anos anteriores, limitado por regras fiscais que estabelecem um teto de reajuste acima da inflação. Neste caso, apesar do PIB de 2024 ter registrado crescimento, o ganho real foi contido por esse limite fiscal, resultando no percentual final de 6,79%.
Embora o reajuste represente um ganho real para quem recebe o piso, especialistas alertam que ainda há desafios e demandas por ajustes maiores nos próximos anos. A atualização anual é fundamental para proteger o poder de compra dos trabalhadores mais vulneráveis e manter os valores de benefícios sociais em linha com o custo de vida, mas pode não ser suficiente para compensar acumulações históricas de perda de renda real observadas ao longo de décadas.
O aumento do salário mínimo repercute também nas contas públicas, pois ele eleva as despesas obrigatórias do governo com salários, benefícios previdenciários e programas sociais. Estimativas da área econômica indicam que cada R$ 1 de aumento no piso salarial gera um impacto financeiro significativo no orçamento federal, refletindo diretamente no cálculo de despesas obrigatórias e no planejamento fiscal do ano.
Trabalhadores assalariados, representantes sindicais e organizações da sociedade civil acompanham o efeito do reajuste, considerando que o piso nacional é uma referência para o mercado formal e informal de trabalho. Para famílias que dependem desse valor como principal fonte de renda, como muitas em Brumadinho, o salário mínimo atualizado representa tanto uma correção necessária quanto uma base para reivindicações futuras por melhores condições de trabalho e remuneração.


















.png)

Comentários