Minas Gerais é o 2º estado com mais feminicídios e ainda não aderiu ao pacto nacional
- Talles Costa
- há 8 horas
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Minas Gerais terminou 2024 como o segundo estado com mais feminicídios do país, registrando 133 mortes de mulheres vítimas de violência de gênero, segundo o Mapa da Violência do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Mais de dois anos após o lançamento do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios, o Estado ainda não assinou o compromisso, o que impede o recebimento de recursos federais destinados a políticas de enfrentamento ao crime. Enquanto isso, a realidade segue preocupante, refletindo também em municípios como Brumadinho, onde novos casos de feminicídio têm chocado a população e escancarado a urgência de ações mais eficazes.
Na manhã de hoje, um caso brutal abalou a cidade: Aline da Silva Rosa, moradora do bairro José Henriques e funcionária da EMEI Parque da Cachoeira, foi assassinada de forma cruel pelo companheiro. Ela deixa dois filhos pequenos. O crime, noticiado pelo Portal Independente, ganhou repercussão não apenas pela violência, mas pela frieza do agressor, que após a morte da vítima tentou simular uma situação natural para esconder o assassinato.
Outro episódio marcante ocorreu em 2024, quando mais uma mulher perdeu a vida em circunstâncias semelhantes, também no município. Esses casos não apenas geram comoção, mas revelam um ciclo contínuo de violência que desafia as políticas públicas existentes. A ausência de Minas Gerais no pacto nacional amplia ainda mais a sensação de desamparo das vítimas e de suas famílias.
O pacto, defendido pela ministra das Mulheres, Márcia Lopes, tem como objetivo fortalecer a rede de proteção, garantir recursos para prevenção e estruturar políticas de combate à violência de gênero. Em Belo Horizonte, por exemplo, está em andamento a construção da Casa da Mulher Brasileira, prevista para ser inaugurada em 2026, que oferecerá serviços integrados como delegacia, Defensoria Pública, juizado, alojamento temporário e apoio psicossocial.
Embora o governo estadual afirme que está analisando a adesão ao pacto e cite medidas próprias de enfrentamento, como a Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica, o protocolo Fale Agora, o monitoramento eletrônico de agressores e o programa Proteja Minas, a realidade mostra que as ações ainda não são suficientes para frear o avanço da violência.
Em Brumadinho, o luto se mistura ao sentimento de indignação. Cada caso relatado pelo Portal Independente ecoa como um pedido de socorro coletivo. Moradores, familiares das vítimas e lideranças locais têm reforçado a necessidade de políticas de proteção mais ágeis, campanhas educativas e acolhimento humanizado às mulheres em situação de risco. O drama vivido no município é apenas um retrato de uma tragédia maior que atinge Minas Gerais como um todo e exige urgência na adesão ao pacto e no fortalecimento da rede de combate à violência de gênero.
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