Frota própria; após críticas, Executivo anunciará compra de ônibus para transporte de alunos

Foto: Divulgação/PMSP

O transporte escolar de Brumadinho deve passar por uma mudança estrutural após meses de críticas de pais, estudantes e vereadores. O prefeito Gabriel Parreiras anunciará que pretende rescindir o contrato emergencial firmado no início do ano com a empresa responsável pelo serviço e adquirir, com recursos próprios, uma frota municipal de ônibus escolares. O comunicado oficial será feito nas redes sociais do chefe do Executivo nesta terça-feira (24) e contará com o respaldo da base governista na Câmara, que se comprometeu a acelerar os trâmites necessários para viabilizar a compra dos veículos.

A decisão surge em meio à crescente insatisfação com a qualidade do transporte oferecido desde fevereiro. Registros apontaram pneus carecas, cintos de segurança ausentes, bancos quebrados e panes mecânicas frequentes. A situação piorou quando a secretária municipal de Educação admitiu, em entrevista a uma rádio local, que “oram pelos alunos” diante do risco de acidentes — declaração que causou ampla repercussão negativa.

A prefeitura ainda não divulgou a quantidade de ônibus que pretende adquirir, o modelo de financiamento ou o valor estimado do investimento. A expectativa é de que essas informações sejam detalhadas nas próximas semanas.

Enquanto isso, o contrato emergencial de mais de R$ 11 milhões — firmado sem licitação com uma cooperativa criada há pouco mais de um ano — permanece alvo de questionamentos sobre a qualidade do serviço. O Executivo sustenta que a contratação seguiu a legislação por se tratar de situação emergencial, mas admite que as condições oferecidas ficaram aquém do esperado.

Com a eventual frota própria, a prefeitura diz querer evitar a dependência de prestadoras externas, reduzir custos de manutenção a médio prazo e garantir maior fiscalização sobre a segurança dos estudantes. Pais de alunos ouvidos pela reportagem receberam a notícia com cautela: comemoram o futuro rompimento com o serviço atual, mas cobram prazos e detalhes concretos sobre os novos ônibus e o cronograma de implementação.