Fêmur com prótese foi crucial na identificação de vítima, diz Deputado
- Talles Costa
- 7 de fev.
- 2 min de leitura

Mais um passo importante foi dado na busca pelas vítimas ainda desaparecidas do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho. Nesta quinta-feira (6), equipes do Corpo de Bombeiros localizaram um fêmur com uma prótese de titânio entre os segmentos de corpo encontrados nos rejeitos. A principal suspeita é de que o material pertença a Maria de Lurdes da Costa Bueno, uma das três pessoas que ainda não haviam sido encontradas seis anos após a tragédia.
Maria de Lurdes tinha 59 anos e passava as férias com a família em Brumadinho a pedido do enteado, que tinha o sonho de conhecer o Inhotim. A pousada foi soterrada. Malu, como era conhecida entre familiares e amigos, estava com o marido, Adriano Ribeiro da Silva, os dois filhos dele, Luiz e Camila Taliberti, e a noiva do rapaz, Fernanda Damian de Almeida, na Pousada Nova Estância. Maria de Lurdes era sócia de uma imobiliária em Rio Pardo junto com o marido. Sem o corpo ou fragmentos que identificassem a morte de Maria de Lurdes, a família só conseguiu provar que ela estava na região afetada e emitir a certidão de óbito cinco meses após a tragédia.
Embora a confirmação oficial dependa da análise da Polícia Civil, as características do material encontrado reforçam a possibilidade de que pertença a Maria de Lurdes. O deputado federal Pedro Aihara, que atuou como porta-voz do Corpo de Bombeiros durante as buscas nos primeiros dias após o desastre, destacou que a família da vítima já havia mencionado a existência da prótese em conversas anteriores. Segundo ele, essa informação foi essencial para a identificação preliminar dos restos mortais.
Maria de Lurdes estava hospedada na Pousada Nova Estância quando o rompimento da barragem ocorreu, em 25 de janeiro de 2019. Ela não era funcionária da Vale nem moradora de Brumadinho, mas foi uma das vítimas atingidas pela avalanche de lama que devastou a região. A prótese de titânio em seu fêmur deve facilitar o processo de identificação pela Polícia Civil.
A operação de buscas em Brumadinho é a mais longa da história mundial sem interrupção. Mesmo após seis anos, os bombeiros mantêm os trabalhos para localizar as vítimas que ainda não foram encontradas. Com a suspeita de identificação de Maria de Lurdes, agora restam dois desaparecidos: Tiago Tadeu e Natália Porto. A expectativa é de que as buscas continuem até que todas as chamadas “joias” sejam localizadas e entregues às famílias.
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