
No primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024, o tema da redação, “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil,” incentivou candidatos de todo o país a refletirem sobre uma questão fundamental para a sociedade brasileira. O tema, que aborda a relevância de valorizar e preservar o patrimônio cultural e histórico de origem africana, exigiu dos participantes uma análise crítica sobre como essa herança pode ser efetivamente valorizada. Em Brumadinho, alunos de várias escolas se mostraram animados com a proposta, que possibilita explorar um assunto profundamente enraizado na história do Brasil.
O professor Flavio Castro, do Curso Determinante, elogiou o tema como oportuno e de grande importância, ressaltando que, embora ofereça vários caminhos argumentativos, pode ser um desafio aos candidatos organizar tantas ideias em um único texto dissertativo-argumentativo. Ele destacou a Lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, como um ponto inicial para os estudantes. Segundo o professor, essa lei representa um passo essencial para reconhecer e respeitar as contribuições culturais de origem africana no país, e poderia ser um recurso argumentativo importante na construção dos textos.
Além da lei, Castro comentou sobre a influência de elementos culturais, como a música e a culinária africana, que contribuem para a identidade brasileira. Em suas orientações, ele incentivou os estudantes a explorarem o papel do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na preservação e promoção do patrimônio material e imaterial, incluindo festas tradicionais, capoeira, e manifestações artísticas com raízes africanas.
Para os estudantes de Brumadinho e de outras cidades, a presença desse tema no Enem representa uma oportunidade de se aprofundar na relevância histórica e cultural da herança africana e de discutir sobre como medidas públicas podem garantir sua valorização. Como exemplo, o professor mencionou a obra “Úrsula,” de Maria Firmina dos Reis, primeira escritora negra no Brasil, e o trabalho de Conceição Evaristo, autora mineira que aborda questões raciais e foi recentemente eleita para a Academia Mineira de Letras.
Ao sugerir propostas de intervenção, Castro recomendou que os alunos considerassem a criação de programas de proteção ao patrimônio imaterial, indo além das ações do Ministério da Educação. Ele também apontou que o fortalecimento do Dia da Consciência Negra como um feriado obrigatório em mais municípios poderia reforçar o compromisso com a valorização dessa herança, contribuindo para que a sociedade brasileira celebre e respeite suas raízes africanas.
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