Conta de luz sobe 7,36% e impacta famílias de Brumadinho a partir desta quarta-feira
- Guilherme Almeida
- há 1 dia
- 2 min de leitura

A partir desta quarta-feira (28), os moradores de Brumadinho e de outras 773 cidades mineiras começam a pagar mais caro na conta de luz. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou um reajuste de 7,36% na tarifa residencial da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), medida que passa a valer imediatamente e terá validade até o dia 27 de maio de 2026. O aumento, que afeta diretamente o orçamento de milhares de famílias brumadinhenses, foi justificado principalmente pela elevação dos encargos setoriais que financiam políticas públicas e programas sociais do setor elétrico.
Segundo a Cemig, dos 7,36% de reajuste total, 4,63 pontos percentuais correspondem exclusivamente ao aumento desses encargos, que são essenciais para manter iniciativas como a universalização do acesso à energia, a tarifa social para consumidores de baixa renda, o estímulo às fontes renováveis e o desenvolvimento de projetos de infraestrutura energética nos estados. Ou seja, parte significativa do que será cobrado a mais dos consumidores destina-se a garantir que outros brasileiros, especialmente em áreas mais remotas ou vulneráveis, também tenham acesso à eletricidade.
O reajuste abrange cerca de 8,7 milhões de unidades consumidoras atendidas pela Cemig, o que corresponde a praticamente todo o estado de Minas Gerais. Em Brumadinho, onde muitas famílias ainda enfrentam dificuldades financeiras em decorrência dos impactos sociais e econômicos do rompimento da barragem da Vale, a alta na conta de luz preocupa moradores e lideranças comunitárias, que temem um agravamento das condições de vida da população.
O contrato de concessão da Cemig estabelece a revisão tarifária anual, com base em indicadores econômicos e financeiros, além de custos operacionais e regulatórios. Assim, o aumento já era esperado, mas pegou muitos consumidores de surpresa pela intensidade, especialmente em um momento em que a inflação ainda pressiona o custo de vida, o desemprego persiste e o poder de compra segue fragilizado em muitas famílias brumadinhenses.
Para especialistas, o reajuste evidencia a complexidade do sistema elétrico brasileiro, que depende de subsídios cruzados para equilibrar interesses sociais e econômicos, mas que frequentemente penaliza os consumidores finais. Já para as autoridades regulatórias, o aumento é necessário para garantir a sustentabilidade do serviço e os investimentos previstos para a expansão e modernização da rede elétrica.
Em meio à notícia do reajuste, muitos brumadinhenses expressaram indignação nas redes sociais e em grupos comunitários, criticando o peso da conta de luz no orçamento doméstico e exigindo mais transparência sobre a destinação dos recursos arrecadados com os encargos setoriais. A Cemig, por sua vez, reafirmou que o reajuste está dentro dos parâmetros estabelecidos pela Aneel e que continuará investindo na melhoria do atendimento e na ampliação do acesso à energia no estado.
Comentários