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Além do autoexame: por que a mamografia é insubstituível no combate ao câncer de mama

  • Foto do escritor: Moisés Oliveira
    Moisés Oliveira
  • há 21 horas
  • 2 min de leitura
Foto: National Cancer Institute
Foto: National Cancer Institute

Em Brumadinho, assim como em todo o país, a mamografia enfrenta uma batalha contra a desinformação que preocupa especialistas em saúde. Considerado o método mais eficaz para diagnóstico precoce do câncer de mama, o exame tem sido alvo de notícias falsas que circulam nas redes sociais, colocando em risco a prevenção da doença. Médicos mineiros entrevistados pelo Portal Independente alertam que a mamografia é segura e pode significar a diferença entre a vida e a morte, especialmente para mulheres entre 40 e 74 anos, faixa etária prioritária para realização do procedimento.

O mastologista Clécio Lucena, professor da Faculdade de Medicina da UFMG, é categórico ao desmentir os boatos que associam o exame ao desenvolvimento de câncer. "A radiação utilizada na mamografia é de baixa frequência e não oferece riscos à saúde", explica o especialista, reforçando que este continua sendo o instrumento mais eficaz disponível para detectar tumores mamários em estágio inicial. A preocupação dos médicos se justifica pelos números: o Brasil está muito aquém da meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde, que recomenda que pelo menos 70% da população-alvo realize o exame regularmente.

Recentemente, o governo federal ampliou o acesso ao exame pelo SUS, reduzindo a idade mínima de 50 para 40 anos - medida elogiada pelo oncologista Levindo Tadeu Freitas de Figueiredo Dias, da Afya Montes Claros. "A literatura médica comprova que a mamografia reduz significativamente a mortalidade por câncer de mama através do diagnóstico precoce", afirma. Os números justificam a preocupação: entre 2023 e 2025, foram registrados 17,7 mil casos anuais na faixa de atenção, aumento considerável em relação ao triênio anterior, que contabilizava 16 mil casos por ano.

Os especialistas são unânimes em afirmar que o diagnóstico precoce através da mamografia supera, em muitos casos, os benefícios dos melhores tratamentos disponíveis. "É um método extremamente eficaz, acessível e que pode ser reproduzido em todo o país, trazendo impacto direto na redução da mortalidade, além de permitir tratamentos menos agressivos e diminuir sequelas físicas e psicológicas", destaca o oncologista Dias. Quanto ao autoexame, os médicos reforçam sua importância, mas deixam claro que ele não substitui o exame de imagem em nenhuma hipótese.

O aumento nos casos de câncer de mama está relacionado a fatores comportamentais e mudanças no estilo de vida moderno. "A obesidade e o sedentarismo são fatores de risco comprovados, assim como o consumo excessivo de produtos ultraprocessados", alerta Lucena. O médico também menciona as transformações no comportamento reprodutivo feminino como influência no crescimento dos casos, comparando a mulher moderna - que tem menos filhos, amamenta por menos tempo e utiliza métodos hormonais - com as gerações anteriores.

Homens também precisam estar atentos, embora em menor proporção. "Eles também possuem glândulas mamárias e podem desenvolver a doença", alerta Dias. O oncologista orienta que, ao notarem qualquer nódulo, secreção mamilar ou alteração na região, os homens devem procurar imediatamente orientação médica. Assim como para as mulheres, o diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances de cura. Para os brumadinhenses, a mensagem final dos especialistas é clara: a mamografia deve ser encarada como aliada fundamental na preservação da vida, e não como vilã.

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