Tejucana volta a operar em Brumadinho após cumprir exigências por crime ambiental
- Talles Costa
- 22 de abr.
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A mineradora Tejucana recebeu autorização da Prefeitura de Brumadinho para retomar suas operações após cumprir uma série de exigências ambientais estabelecidas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A liberação ocorreu após vistoria técnica que constatou o cumprimento das medidas corretivas impostas à empresa, que havia sido interditada por danos ambientais causados em janeiro deste ano.
A paralisação das atividades ocorreu após a constatação do rompimento de um dique de contenção pertencente à mineradora, identificado durante uma fiscalização realizada em 15 de janeiro. O incidente provocou a liberação de rejeitos que escorreram sobre áreas de vegetação nativa, impactando diretamente trechos da Mata Atlântica e chegando até o Córrego do Barro, na zona rural do município. A gravidade do dano ambiental resultou na aplicação de multas que somaram R$ 390 mil, segundo dados divulgados pela administração municipal.
O prefeito Gabriel Parreiras afirmou que a decisão de interromper as operações da Tejucana foi tomada com base na responsabilidade ambiental que sua gestão tem com os moradores de Brumadinho e com a preservação dos recursos naturais. Ele explicou que somente após o cumprimento das medidas emergenciais e estruturais impostas pela Prefeitura — que incluíam obras de reparação e contenção para evitar novos vazamentos — a empresa foi autorizada a retomar suas atividades. A vistoria final foi realizada pela equipe técnica da Secretaria de Meio Ambiente, que verificou a conclusão das obras.
A liberação da mineradora ocorre em meio a um contexto delicado em Brumadinho, cidade marcada por tragédias ambientais recentes e onde qualquer atividade de mineração gera apreensão entre os moradores. A região do Porto do Barro, uma das mais afetadas pela erosão do dique, segue sob atenção especial das autoridades e da população, que exige vigilância constante das operações.
A Prefeitura destacou, em nota oficial, que a retomada das atividades não significa anistia ou complacência com os impactos causados, e reforçou o compromisso de manter a fiscalização permanente sobre todas as empresas que atuam com mineração no município. Já a empresa, por sua vez, não se pronunciou publicamente sobre o caso até o fechamento desta reportagem.
Para muitos brumadinhenses, a reabertura da Tejucana gera sentimentos divididos. De um lado, há preocupação com o histórico da empresa, que já esteve envolvida em outros episódios de danos ambientais. Do outro, há quem veja na retomada das atividades uma forma de manter empregos e movimentar a economia local. Ainda assim, o episódio reforça o debate sobre os limites da atividade minerária em uma cidade que convive com cicatrizes profundas deixadas por crimes ambientais.
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