Leia a coluna de Tiago Paiva, especialista em investimentos Valor Investimentos
A reserva de emergência é um componente crucial em qualquer plano financeiro sólido. Ela serve como um colchão financeiro que proporciona segurança em situações inesperadas, como despesas médicas, perda de emprego ou reparos inesperados. Uma vez que você tenha sua reserva de emergência em vigor, considerar investir é uma decisão inteligente para fazer seu dinheiro trabalhar para você ao longo do tempo.
Estabeleça uma Reserva de Emergência Sólida:
Certifique-se de ter economizado de 3 a 12 meses de despesas essenciais em uma conta de fácil acesso, com segurança e liquidez diária;
Esse valor deve cobrir despesas básicas, como moradia, alimentação, saúde e transporte;
Quanto mais volátil a receita, maior deve ser a reserva de emergência;
Exemplo: se você é concursado, pode fazer uma reserva de 03 meses, se for CLT uma reserva de 06 meses e empreendedor uma reserva de 12 meses.
A reserva de emergência é um instrumento vital que todos devem possuir para lidar com imprevistos que fogem ao planejamento. Esses eventos inesperados, como problemas de saúde, questões dentárias, ou avarias no veículo, podem criar situações desconfortáveis que requerem recursos financeiros imediatos para serem superadas. É crucial distinguir esses gastos imprevistos de despesas recorrentes, como IPVA, IPTU e condomínio, que devem ser previamente provisionadas mensalmente.
Recomendo a constituição dessa reserva antes de embarcar em investimentos com outros propósitos. A realização de investimentos deve ser pautada por intenções e metas específicas. Em outras palavras, não é aconselhável investir e, eventualmente, retirar os fundos investidos caso haja necessidade. Se o objetivo é assegurar uma aposentadoria tranquila, por exemplo, é imperativo manter os recursos investidos até esse momento crucial na vida. Entretanto, se o investimento for realizado antes da criação da reserva de emergência, existe uma probabilidade considerável de que esses recursos sejam utilizados em caso de imprevistos. Nessa situação, a finalidade original do investimento é distorcida, colocando em risco o sonho de uma aposentadoria com a renda planejada. Portanto, é essencial ter uma cobertura para imprevistos primeiro, a fim de posteriormente realizar investimentos com segurança, podendo adicionar risco a carteira de acordo com perfil de investimentos.
As opções recomendadas para a constituição desse fundo, considerando diferentes perfis de investidores. É aconselhável alocar a reserva em produtos de alta segurança, como Certificados de Depósito Bancário (CDBs) de instituições financeiras renomadas, títulos públicos (LFTs), fundos de renda fixa e outros investimentos que ofereçam segurança combinada com alguma rentabilidade e liquidez. É crucial exercer cautela ao considerar fundos de instituições financeiras menores, garantindo sempre que estejam protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Dessa forma, em situações adversas envolvendo essas instituições, é possível reaver até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, limitado a quatro instituições, proporcionando uma camada adicional de segurança ao investidor de até R$1.000.000,00.
“O FOCO DOS ATIVOS DE UMA RESERVA DE EMERGENCIA NÃO ESTÁ NA RENTABILIDADE, MAS SIM NA SEGURAÇA E LIQUIDEZ”
As falhas mais frequentes cometidas por aqueles que estão construindo sua reserva de emergência. O primeiro equívoco reside em não ter uma clareza sobre a quantia a ser reservada mensalmente. Isso pode resultar em desordem financeira, já que o investidor contribui com diferentes valores a cada mês, comprometendo a consistência do processo. Se não há um conhecimento claro sobre o montante a ser reservado, a disciplina tende a ser comprometida. Uma planilha financeira ou anotações de custos pode resolver esse ponto. O segundo erro está relacionado à falta de entendimento sobre onde alocar os recursos, seja mantendo-os em conta corrente, conta poupança ou em produtos com pouca liquidez. O terceiro erro consiste em estabelecer metas financeiras excessivamente elevadas e/ou realizar um provisionamento inadequado. Por fim, o quarto equívoco é desviar os fundos para outros objetivos, tornando a saúde financeira do investidor mais suscetível a contratempos.
Inteligência financeira significa... entender o montante dos gastos, identificar a quantia necessária para uma vida confortável e gerenciar o orçamento de forma eficaz. Isso inclui considerar sempre metas de curto prazo, como a constituição da reserva de emergência, bem como metas de médio e longo prazo. Em resumo, inteligência financeira não se trata apenas de estratégias para aumentar os ganhos ou acumular riqueza, mas sim de cultivar uma saúde financeira sólida.
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Tiago Paiva Barbosa
Especialista em investimentos na Valor Investimentos
31 9 9512-3722 | www.tiagoeducafinanceiro.com.br
tiago.barbosa@valorinvestimentos.com.br
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