Quilombo do Gunga, em Brumadinho, é certificado pela Fundação Palmares

Foto - Divulgação/AEDAS

O Quilombo do Gunga, localizado no Distrito de Piedade do Paraopeba, em Brumadinho, recebeu oficialmente a certificação da Fundação Cultural Palmares, reconhecendo a comunidade como um território tradicional quilombola. A certificação é um passo importante para a garantia de direitos e acesso a políticas públicas voltadas às comunidades quilombolas. O Quilombo do Gunga é o terceiro mais antigo de Minas Gerais, fortalecendo o vínculo histórico e cultural da comunidade com o Vale do Paraopeba.

O líder da Guarda de Moçambique de Nossa Senhora do Rosário, Rei Congo Ricardo Preto, expressou a importância do reconhecimento para os moradores, destacando que o quilombo não prejudicará os residentes, mas buscará benefícios para todos. Ele também ressaltou a resistência do povo do Gunga diante das ameaças de exploração minerária e outras formas de dominação ao longo dos anos.

A luta por reconhecimento das tradições passadas pelos ancestrais faz parte da história dos atuais e dos primeiros moradores do Reino Do Kongo – Angola Kilombu do N' Gunga, localizado no distrito de Piedade do Paraopeba, o terceiro distrito mais antigo de Minas Gerais. Com a força da perpetuação da oralidade da tia-avó, Ricardo Geovane Neri pode continuar dizendo que “um povo tão importante, um povo tão potente, um povo gigante como ela dizia, um povo rezador e um povo sofredor que supera os obstáculos pela força da fé”, hoje é reconhecido pelo governo. 

A certificação de autodefinição, emitida pela Fundação Palmares, é o primeiro passo para que a comunidade tenha acesso a políticas públicas específicas. Após a certificação do Quilombo do Gunga, Brumadinho agora conta com seis comunidades tradicionais quilombolas certificadas, incluindo os quilombos Sapé, Rodrigues, Marinhos, Ribeirão, Gunga e Sanhudo.