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Patashopping: primeiro projeto da consulta popular para povos tradicionais é iniciado

Foto do escritor: Talles CostaTalles Costa
Foto  -  Tânia Rêgo/Agência Brasil
Foto - Tania Rêgo/Agência Brasil

A implementação do Patashopping, um centro voltado à valorização da cultura indígena e fortalecimento da economia local, marca um passo importante na reparação socioeconômica das comunidades atingidas pelo rompimento das barragens da Vale, em Brumadinho. O projeto foi o primeiro aprovado e autorizado para execução entre as 36 iniciativas selecionadas pela Consulta Popular para Povos e Comunidades Tradicionais (CP-PCTs), processo conduzido junto aos moradores das regiões impactadas.

A ordem de início das atividades foi concedida pelos Compromitentes do Acordo de Reparação, que incluem o Governo de Minas, Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Ministério Público Federal (MPF) e Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG).

O Patashopping beneficiará diretamente os povos indígenas Pataxó e Pataxó Hã Hã Hãe, residentes na Aldeia Katurãma, localizada no município de São Joaquim de Bicas. O espaço será estruturado para funcionar como um Centro de Referência, equipado para a comercialização de artesanato e produtos agrícolas tradicionais, fortalecendo a economia da aldeia e promovendo a autonomia financeira da comunidade.

Além da geração de renda, a iniciativa desempenhará um papel relevante na preservação ambiental, valorização da cultura indígena e inclusão social. O local também servirá como ponto de educação e sensibilização, difundindo a importância dos povos originários e sua contribuição para o patrimônio cultural e ambiental do país.

Neste primeiro momento, foi autorizada a Etapa 1 do projeto, que consiste no desenvolvimento do projeto de engenharia e licenciamento da obra, com previsão de conclusão em 22 meses. O investimento para essa fase inicial é de R$ 1,1 milhão.

Os recursos destinados à construção do Patashopping fazem parte do Anexo I.3 do Acordo de Reparação, assinado para mitigar os danos causados pela tragédia ocorrida em 2019, que resultou na morte de 272 pessoas e trouxe impactos severos para o meio ambiente e a economia da região.

O conceito arquitetônico do Patashopping foi desenvolvido pelos próprios membros da Aldeia Katurãma, com um design que remete ao Maracá, um instrumento sagrado da cultura indígena feito com cabaça, utilizado em rituais e celebrações.

A estrutura contará com uma área total de 458,22m², distribuída em 11 lojas, cinco quiosques e um espaço de exposição. Além disso, haverá banheiros, vestiários e cozinha, garantindo conforto e acessibilidade aos visitantes. O local terá capacidade para 80 pessoas na área interna e 56 pessoas na parte externa.

O projeto também contempla soluções sustentáveis, como sistema de tratamento de efluentes, captação de água da chuva e uma usina fotovoltaica, garantindo eficiência energética e respeito ao meio ambiente.

O Patashopping representa mais do que um espaço comercial para os povos indígenas da Aldeia Katurãma. Além de gerar renda e incentivar o turismo na região, a iniciativa reforça a preservação das tradições culturais, promovendo um ambiente de valorização da identidade indígena e conscientização da sociedade sobre a importância desses povos.

Com o início das obras, a expectativa é que o centro se torne uma referência para o fortalecimento da economia indígena, permitindo que os Pataxó e Pataxó Hã Hã Hãe ampliem sua participação na sociedade sem abrir mão de sua cultura e tradições.

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