Obesidade infantil: um alerta para os impactos na saúde e mobilidade das crianças
- Talles Costa
- 2 de jun.
- 2 min de leitura

A obesidade infantil é um problema crescente no Brasil, com 3,1 milhões de crianças menores de 10 anos enfrentando os riscos associados ao excesso de peso, segundo dados do Ministério da Saúde. Além de aumentar as chances de doenças como diabetes e hipertensão, o sobrepeso pode dificultar movimentos, causar dores articulares e até prejudicar a respiração e o sono. Em Brumadinho, assim como no resto do país, famílias e cuidadores precisam estar atentos a esses perigos, que vão muito além da estética, impactando diretamente a qualidade de vida e a autonomia das crianças, especialmente aquelas que já lidam com deficiências físicas.
A Associação Mineira de Reabilitação (AMR), instituição reconhecida nacionalmente por seu trabalho na área da saúde, reforça a importância da conscientização no Dia da Obesidade Infantil, celebrado em 3 de junho. De acordo com a nutricionista Bruna Silveira, integrante da equipe da AMR, o excesso de peso pode agravar limitações já existentes, como dificuldades para se locomover ou usar equipamentos de apoio, incluindo cadeiras de rodas e órteses. "O sobrepeso não só sobrecarrega as articulações, mas também eleva o risco de problemas como colesterol alto, constipação intestinal e distúrbios respiratórios, complicando ainda mais o cotidiano da criança e de seus cuidadores", explica.
O desafio, segundo a especialista, está em adaptar a alimentação de forma individualizada, considerando as particularidades de cada criança. Algumas têm um gasto calórico reduzido devido à baixa mobilidade, enquanto outras enfrentam dificuldades como seletividade alimentar, engasgos ou dependência de sondas. "Não se trata de impor dietas restritivas, mas de garantir uma nutrição adequada, com alimentos que realmente sustentem o desenvolvimento, respeitando a realidade de cada família", afirma Bruna. Na AMR, o acompanhamento nutricional faz parte de um processo mais amplo de reabilitação, buscando equilíbrio entre saúde e hábitos cotidianos.
Para a instituição, a data serve como um convite à reflexão sobre como a sociedade pode apoiar o crescimento saudável das crianças, oferecendo acesso a informações e recursos que incentivem escolhas mais equilibradas desde a infância. Em Brumadinho, onde questões como vulnerabilidade social e acesso limitado a serviços de saúde podem agravar o cenário, a conscientização se torna ainda mais urgente. A AMR, que atende crianças e adolescentes em situação de deficiência e baixa renda há mais de seis décadas, reforça a necessidade de uma rede de apoio eficaz, capaz de promover mudanças duradouras.
Reconhecida como uma das melhores ONGs do Brasil em 2022 e novamente em 2024, a AMR destaca que a luta contra a obesidade infantil exige ações conjuntas – desde políticas públicas até orientações simples no dia a dia. Para as famílias brumadinhenses, a mensagem é clara: pequenos ajustes na rotina, acompanhamento profissional e atenção aos sinais do corpo podem fazer toda a diferença no futuro das crianças, garantindo mais saúde, liberdade e bem-estar.
Comments