Deputado federal Pedro Aihara (PRD) ainda não decidiu se pretende concorrer à prefeitura de Belo Horizonte ou se irá pleitear o cargo executivo municipal de Brumadinho. O político já transferiu seu domicílio eleitoral para Brumadinho, cidade na qual ficou reconhecido como o porta-voz dos bombeiros após o rompimento da barragem do Córrego do Feijão, conforme dados disponíveis no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo apurações realizadas por O TEMPO, Aihara teria participado de uma reunião com seu partido no início desta semana para debater seu futuro político. Na ocasião, teria ficado evidente que a legenda tem interesse em que o ex-bombeiro dispute o cargo em Brumadinho, onde teria maior probabilidade de vitória, possibilitando assim a liberação de uma cadeira na Câmara dos Deputados para outro membro do partido.
Nos bastidores, especula-se que Fabiano Cazeca, terceiro suplente do PRD, financie a campanha de Aihara em Brumadinho e assuma sua vaga na Câmara dos Deputados, em caso de sucesso eleitoral. Cazeca é empresário do setor de consórcios e advogado, possui 69 anos e registrou R$ 14,9 milhões em bens declarados. Procurada, a assessoria de Cazeca negou a especulação e afirmou que ele ainda está em processo de negociação com o partido e pré-candidatos.
Até a semana anterior, Cazeca era cotado para ser vice na disputa pela prefeitura de Belo Horizonte junto a Carlos Viana (Podemos). Na quinta-feira (4), ele anunciou sua filiação ao Republicanos em redes sociais, mas a filiação não foi oficializada até o encerramento do prazo no sábado (6), e as fotos com o partido foram removidas.
Em nota enviada à imprensa, Pedro Aihara negou as especulações sobre sua concordância em disputar a prefeitura de Brumadinho, reiterando seu apoio a uma pré-candidatura já existente na cidade. O deputado destacou que continua em diálogo com o partido e que a decisão sobre sua candidatura será tomada posteriormente.
Na pesquisa DATATEMPO (registro no TRE-MG 02336/2024), divulgada nesta terça-feira (9), Pedro Aihara foi mencionado em 10º lugar na intenção de voto, com 1,9%. Ele ficou à frente de Luísa Barreto (Novo), com 1,7%, de Paulo Lamac (Rede), com 1,2%, e de Paulo Brant (PSB), com 0,9%.
O deputado militar também foi identificado como o candidato com menor índice de rejeição para a prefeitura, com apenas 1,4% dos entrevistados declarando que não votariam nele sob nenhuma circunstância.
Nesta quarta-feira (10), Pedro Aihara foi alvo de críticas nas redes sociais após votar contra a manutenção da prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser o mandante da morte da vereadora Marielle Franco, em 2019. Após a votação, Aihara bloqueou os comentários em suas publicações no Instagram.
Em um vídeo publicado como justificativa do voto, o ex-bombeiro afirmou que "não defende criminosos", mas ressaltou que, segundo a Constituição, deputados não podem ser presos a não ser em flagrante delito de crime inafiançável.
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