Os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo solicitaram uma indenização conjunta de mais de R$ 100 bilhões às mineradoras Samarco, Vale e BHP por danos morais coletivos relacionados ao rompimento da barragem em Mariana, ocorrido em novembro de 2015. A decisão inicial determinou um valor de R$ 47,6 bilhões, que foi considerado insuficiente pelos estados.
O pedido de revisão do valor foi feito pela Advocacia-Geral do Estado de Minas Gerais (AGE-MG) e pela Procuradoria-Geral do Estado do Espírito Santo (PGE-ES), baseando-se no porte econômico das empresas envolvidas e na extensão territorial dos impactos causados pelo desastre.
A tragédia de Mariana resultou na morte de 19 pessoas e provocou a dispersão de lama tóxica por cerca de 600 km, atingindo o Rio Doce e comprometendo o abastecimento de água em diversas cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo. Além disso, ocasionou a morte de várias espécies de peixes e teve impactos no Oceano Atlântico.
Em resposta, a mineradora BHP reafirmou seu compromisso com as ações de reparação, enquanto a Samarco declarou não ter sido notificada sobre o pedido de revisão do valor da indenização. A Vale optou por não comentar o assunto.
O processo criminal relacionado ao desastre incluiu a denúncia de 22 pessoas e quatro empresas pelo Ministério Público Federal (MPF). No entanto, ao longo do tempo, a Justiça retirou acusações de homicídio e lesão corporal de todos os réus, considerando as mortes como consequências da inundação causada pelo rompimento.
Atualmente, 11 réus respondem por crimes como inundação qualificada, desabamento e crimes ambientais, após várias tramitações e decisões da Justiça que modificaram o quadro inicial de acusações.
O desdobramento do caso de Mariana continua a gerar repercussões e ações judiciais, evidenciando a complexidade e o impacto duradouro de uma das maiores tragédias ambientais do país.
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