Minas Gerais enfrenta uma epidemia de dengue que já resultou em 39 óbitos confirmados, sendo uma surpresa preocupante que 19 dessas mortes ocorreram em indivíduos sem comorbidades. Essa revelação, com base em dados da última sexta-feira fornecidos pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG), levanta o alerta para o risco de morte associado à dengue, mesmo em pessoas aparentemente saudáveis.
O infectologista Carlos Starling, especialista na área e membro do Comitê de Combate à Covid-19 em Belo Horizonte, destaca que a situação é alarmante e pode ser explicada, em parte, pela reincidência da dengue. Aqueles que já tiveram a doença transmitida pelo Aedes aegypti, mesmo sem outras condições de saúde, estão mais propensos a desenvolver a forma grave da doença.
"Pessoas que já tiveram dengue estão mais suscetíveis, e quando elas são expostas novamente têm a possibilidade de desenvolver uma síndrome de resposta inflamatória sistêmica. Independentemente de quando ela teve a primeira infecção, a próxima pode ser mais grave", explica o especialista.
Apesar desse cenário, Carlos Starling ressalta a importância de cuidados redobrados para pessoas com comorbidades, que são consideradas ainda mais vulneráveis. Grupos de risco incluem portadores de insuficiência renal, imunossuprimidos, pacientes em tratamento de quimioterapia, grávidas, portadores de doenças hematológicas, hipertensos e diabéticos.
O alerta se estende a toda a população, destacando a relevância do combate ao mosquito vetor, ações preventivas e o acompanhamento médico regular, especialmente para aqueles que já tiveram episódios anteriores de dengue. A conscientização torna-se crucial em meio à intensificação da epidemia no Estado.
A SES-MG continua monitorando a situação e fornecendo orientações à população para conter a propagação do vírus da dengue e reduzir os riscos de complicações e óbitos.
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