
Seis anos após a tragédia do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, o Memorial Brumadinho será inaugurado neste sábado (25), às 15h, em uma solenidade com familiares das vítimas, autoridades e a comunidade local. Construído no próprio local do desastre, o espaço surge como um marco de memória, luta e reflexão sobre a maior tragédia brasileira ocorrida em um ambiente de trabalho, que tirou a vida de 272 pessoas entre trabalhadores, moradores e turistas.
A criação do Memorial foi resultado da mobilização dos familiares das vítimas, que em maio de 2019 solicitaram formalmente sua construção ao Ministério Público de Minas Gerais. Esse movimento levou à fundação da AVABRUM, entidade que representa os atingidos e teve participação ativa na concepção do espaço. A assinatura do Termo de Compromisso entre a Vale e a AVABRUM, com anuência do Ministério Público, garantiu em 2023 a criação da Fundação Memorial de Brumadinho, responsável por sua gestão e manutenção.

Projetado pelo escritório Gustavo Penna Arquitetos Associados, o Memorial é um espaço que alia arte, memória e reflexão. Com um bosque de 272 ipês amarelos, uma escultura-monumento, salas de exposição e um espaço meditativo, o local foi concebido para proporcionar uma experiência imersiva, promovendo o direito à memória e o compromisso com a não repetição de tragédias como essa. Além de um local de homenagem, ele abrigará projetos educativos e pesquisas interdisciplinares, incentivando estudos sobre meio ambiente, arquitetura, geografia, direito e história, com foco na tragédia e seus desdobramentos.

O Memorial Brumadinho se junta a outros espaços de memória de desastres pelo mundo, como o Memorial 11 de Setembro nos Estados Unidos, o Memorial de Auschwitz na Polônia e o Espacio Memoria y Derechos Humanos na Argentina. Seu propósito vai além da lembrança das vítimas, sendo um alerta sobre a responsabilidade de empresas e autoridades para evitar que crimes ambientais e humanitários como o de Brumadinho se repitam. A inauguração marca não apenas um ato simbólico de reparação, mas também um passo importante na luta das famílias por justiça e preservação da história.

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