Golpes digitais afetam mais de 4 milhões de mineiros: saiba como agir e se proteger
- Talles Costa
- 8 de out. de 2024
- 3 min de leitura

Mais de 4 milhões de mineiros caíram em golpes digitais, como clonagem de cartão, fraudes financeiras ou invasão de contas bancárias, nos últimos 12 meses. Esses crimes, que têm se tornado cada vez mais frequentes com o avanço da digitalização, geraram prejuízos financeiros e trouxeram à tona a necessidade de cuidados redobrados ao realizar transações no ambiente digital. Em Brumadinho, os relatos de vítimas também cresceram, evidenciando a importância de saber como agir diante desse tipo de crime e a urgência de se adotar medidas preventivas.
Lucas Maldonado, advogado especialista em direito digital, ressalta que a primeira linha de defesa contra golpes é a desconfiança e a cautela. “A desconfiança e a cautela no fornecimento de dados e pagamento é sempre a melhor alternativa para não cair nesse tipo de golpe”, afirma. Ele destaca que as transações financeiras, sejam feitas pelo celular ou computador, devem ser cercadas de cuidados, principalmente em relação ao fornecimento de dados pessoais e bancários. Maldonado ainda reforça a importância de desconfiar de promoções tentadoras ou pedidos urgentes de transferência de dinheiro, fatores comuns em muitos golpes.
Para quem foi vítima de golpes digitais, saber como agir rapidamente é fundamental. Segundo o advogado, a primeira medida deve ser o contato imediato com o banco ou a instituição financeira para informar sobre a fraude. "Há regulamentos do Banco Central que exigem que os bancos adotem mecanismos de segurança, como a devolução de transferências fraudulentas. Isso pode ser acionado logo após a transação", explica Maldonado. Além disso, ele orienta as vítimas a reunir todas as provas do crime, como comprovantes de pagamento, e-mails trocados e registros de comunicação com os bancos. Essas provas são essenciais tanto para a resolução junto à instituição quanto para um possível processo judicial.
Registrar um Boletim de Ocorrência (BO) também é um passo fundamental. Embora nem todos os casos sejam solucionados imediatamente pela polícia, o registro ajuda a mapear a incidência de golpes e pode auxiliar na criação de políticas públicas voltadas para a prevenção de crimes digitais. “É muito importante tanto para as autoridades terem noção do que está acontecendo e também para criar políticas públicas de proteção dos cidadãos mais efetivas", afirma Maldonado.
Em situações em que o banco não consegue resolver o problema ou devolver o dinheiro perdido, o advogado sugere que a vítima busque a via judicial. Muitas decisões judiciais recentes têm garantido o ressarcimento para vítimas de fraudes, desde que a instituição financeira não tenha agido de maneira diligente em evitar ou reparar o dano.
Com o crescimento exponencial de crimes digitais, a prevenção se torna cada vez mais necessária. Em Brumadinho, como em outras cidades de Minas Gerais, campanhas de conscientização sobre os cuidados no uso de plataformas digitais começam a surgir, mas ainda há muito a ser feito. A proteção digital passa por medidas simples, como manter aplicativos de banco sempre atualizados, desconfiar de links desconhecidos e nunca compartilhar senhas ou dados sensíveis por redes sociais ou aplicativos de mensagem.
Para os brumadinheses, que cada vez mais utilizam serviços digitais, saber como se proteger e agir diante de uma fraude pode fazer toda a diferença na prevenção de perdas financeiras e no combate a esses crimes. Em tempos em que a tecnologia facilita a vida, ela também traz novos desafios, e cabe aos cidadãos e às autoridades agirem de forma rápida e preventiva para garantir que o ambiente digital seja um lugar seguro para todos.
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