
Um estudo conduzido por Vanessa Gaudereto, mestra em Aquicultura e Pesca pelo Instituto de Pesca (IP-Apta), detalha os significativos impactos socioambientais e econômicos enfrentados por pescadores e aquicultores da represa de Três Marias após o rompimento da barragem da Vale S.A. em Brumadinho. A pesquisa faz parte da série “Pós em Ação!” do Instituto de Pesca, ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
O rompimento da barragem lançou uma vasta quantidade de lama de rejeitos no rio Paraopeba, atingindo o reservatório de Três Marias e afetando diretamente a vida de pescadores artesanais e piscicultores em oito municípios. Os danos foram categorizados em cinco áreas principais:
- Ecológicos: Contaminação das águas e morte de espécies aquáticas, prejudicando a biodiversidade local.
- Econômicos: Queda na pesca e produção de peixes, afetando a renda dos profissionais da área.
- Sociais: Desintegração das comunidades ribeirinhas e aumento do desemprego.
- Tecnológicos: Falta de recursos e equipamentos adequados para enfrentar a contaminação.
- Éticos: Questões de justiça e responsabilidade pelos danos causados.
Cláudia Maris Ferreira, orientadora da pesquisa e vice-coordenadora do Programa de Pós-graduação do IP, ressaltou a relevância do estudo por traduzir as vivências dos pescadores para a academia, resultando em duas publicações de impacto significativo.
A pesquisa enfatiza a necessidade de maior envolvimento dos setores público e privado na reparação dos danos. Vanessa Gaudereto sugere investigações adicionais para promover a recuperação e sustentabilidade da atividade pesqueira na região.
O estudo evidencia a difícil realidade dos pescadores e aquicultores de Três Marias, destacando a urgência de ações efetivas para mitigar os impactos dos desastres ambientais e proteger os meios de subsistência das comunidades atingidas.
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