top of page

Estudantes de Brumadinho terão que se adaptar: MEC proíbe EAD em Medicina e outros cursos

  • Foto do escritor: Moisés Oliveira
    Moisés Oliveira
  • 21 de mai.
  • 2 min de leitura

O Ministério da Educação (MEC) determinou, nesta segunda-feira (19), o fim da oferta de cursos de Medicina, Direito, Odontologia, Enfermagem e Psicologia na modalidade totalmente a distância. A medida, que será formalizada por decreto no Diário Oficial da União, exige que essas graduações sejam ministradas exclusivamente no formato presencial. A decisão divide opiniões: enquanto especialistas celebram a busca por maior qualidade na formação, moradores de Brumadinho enfrentam o dilema da distância até os grandes centros universitários, onde essas graduações estão concentradas.

A nova política do MEC representa um desafio significativo para estudantes de Brumadinho e outras cidades do interior mineiro. Com cerca de 50 km de distância até Belo Horizonte, onde se concentram as principais instituições de ensino superior, muitos dependiam do ensino a distância como única alternativa viável para conciliar trabalho, estudos e limitações geográficas. Agora, a exigência de presencialidade pode inviabilizar o acesso à educação superior para parte da população local, especialmente aqueles que não têm condições de se deslocar diariamente ou se mudar para a capital.

Além disso, a falta de faculdades que ofereçam esses cursos na região agrava o problema. Enquanto grandes centros urbanos têm ampla oferta de vagas presenciais, municípios como Brumadinho ficam à margem dessas oportunidades, aprofundando desigualdades educacionais.

As novas diretrizes estabelecidas pelo MEC incluem:

  • Fim do EAD integral para Medicina, Direito, Odontologia, Enfermagem e Psicologia.

  • Aumento da carga horária presencial, que passará de 60% para 70% nos cursos presenciais.

  • Avaliações presenciais obrigatórias** em todas as disciplinas EAD, com peso maior na nota final.

  • Limitação de alunos em aulas online, com no máximo 70 estudantes por docente e controle rigoroso de frequência.

  • Criação do cargo de mediador pedagógico para acompanhamento personalizado do aprendizado.


As instituições de ensino superior terão dois anos para se adequar às novas regras. Alunos já matriculados em cursos EAD dessas áreas poderão concluir suas graduações conforme as normas anteriores, mas novas matrículas deverão seguir o modelo presencial.

A decisão do MEC foi recebida com entusiasmo por parte da comunidade acadêmica, que defende a necessidade de formação prática em áreas como saúde e direito. Profissionais da educação argumentam que a interação presencial é insubstituível para o desenvolvimento de habilidades essenciais nesses campos.

Por outro lado, especialistas em políticas educacionais alertam para o risco de exclusão. Em regiões afastadas dos grandes centros, como Brumadinho, a medida pode limitar ainda mais o acesso ao ensino superior, especialmente para trabalhadores e pessoas de baixa renda. A falta de alternativas locais e a dificuldade de deslocamento criam barreiras que o EAD ajudava a superar.

A proibição do EAD em cursos estratégicos coloca em evidência um desafio antigo: como garantir formação de qualidade sem sacrificar a inclusão educacional? Para cidades como Brumadinho, a solução pode passar pela expansão de polos presenciais de universidades públicas ou por parcerias que levem graduações de excelência para o interior. Enquanto isso, estudantes terão de enfrentar escolhas difíceis entre abandonar seus projetos de formação ou assumir os custos e desafios do deslocamento para os grandes centros urbanos.

A médio prazo, a expectativa é que o MEC e as instituições de ensino desenvolvam políticas complementares para mitigar os efeitos negativos da medida, garantindo que a busca por qualidade não signifique a exclusão de quem mais precisa de oportunidades.

Comentários


Anuncie Apoio_edited.jpg
Anúncio quadrado - Independente (3).png
Anúncio quadrado - Independente.png
bottom of page