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Em meio a impasse sobre mineração no Rola Moça, ex-ministro Salles reaparece como porta-voz da MGB

  • Foto do escritor: Talles Costa
    Talles Costa
  • 9 de abr.
  • 2 min de leitura
Foto - José Cruz/Agência Brasil
Foto - José Cruz/Agência Brasil

O encontro, que reuniu membros do conselho do parque, representantes do poder público e da mineradora, tinha como pauta principal a definição de termos técnicos e ambientais para a abertura de uma rota alternativa destinada ao tráfego de veículos pesados. A estrada passará por dentro de uma área sensível da Serra do Rola Moça, território de importância ecológica que abrange parte do município de Brumadinho. O local, que já sofre pressão constante da atividade minerária, enfrenta novo desafio com a proposta de intervenção para o escoamento de rejeitos minerais.

Durante a reunião, Ricardo Salles demonstrou alinhamento com parte das exigências feitas pelo conselho, aceitando pontos que visam mitigar os danos ambientais da obra. Um dos principais acordos firmados foi a alteração do traçado da estrada, que terá agora pista curta, substituindo o projeto original que previa uma pista larga. A nova proposta prevê o tráfego das carretas de minério por uma pista inferior, separada da rota utilizada pelos moradores e veículos de passeio que saem de Casa Branca, distrito diretamente impactado pela mineração.

Além da readequação da via, ficou decidido que as carretas deverão circular com lonas cobrindo totalmente a carga, para evitar a dispersão de poeira de minério no entorno do parque e das comunidades vizinhas. Também será exigida a adoção de protocolos rígidos de limpeza dos veículos, antes e depois do trajeto, como forma de controlar o espalhamento de resíduos. Essas condições foram impostas pelo grupo técnico como pré-requisito para a autorização do empreendimento.

Uma vistoria no trajeto da estrada deverá ser feita nos próximos dez dias por membros do grupo de trabalho, que avaliarão in loco os impactos e riscos reais da proposta. A reunião foi tratada pelos participantes como uma ação voltada à contenção de danos, uma vez que a operação da mineradora já está em curso e necessita de uma alternativa para a movimentação de rejeitos, especialmente no processo de descomissionamento de uma das estruturas.

A atuação de Salles, ex-ministro da gestão Jair Bolsonaro e figura central em debates ambientais nacionais nos últimos anos, causou estranheza entre os presentes. Após deixar o governo em 2021, ele passou a atuar como consultor em causas empresariais relacionadas ao meio ambiente, e agora surge diretamente envolvido em uma das discussões mais delicadas sobre o uso do território de Brumadinho. A lembrança da tragédia de 2019, que ainda marca profundamente a cidade e sua população, torna qualquer avanço da mineração uma pauta sensível e de forte repercussão social.

A participação de figuras políticas nacionais nesse tipo de negociação, como a de Salles, levanta questionamentos entre moradores e defensores ambientais quanto à transparência e imparcialidade dos processos decisórios. A expectativa agora é de que a vistoria técnica e as próximas deliberações tragam mais clareza sobre os impactos e garantam proteção ao meio ambiente e à população de Brumadinho, especialmente das áreas de entorno do Parque Estadual da Serra do Rola Moça.


*Com informações de Lucas Ragazzi/O Fator

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