Cuide-se: infecções respiratórias em idosos crescem e preocupam especialistas
- Talles Costa
- 28 de mar.
- 3 min de leitura

Os casos de internação por Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) associada à gripe aumentaram expressivamente entre os idosos no último ano, elevando a taxa de mortalidade para números alarmantes. Em 2024, a letalidade da doença atingiu 21,7% entre pessoas com 60 anos ou mais, ou seja, a cada cinco pacientes internados, um não resistiu. O crescimento no número de casos gerou um alerta para a necessidade de vacinação, especialmente entre os grupos mais vulneráveis. Em Brumadinho, especialistas destacam a importância da imunização para evitar complicações graves e reforçam que o atendimento na UPA da cidade está disponível 24 horas para emergências.
Dados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) indicam que as hospitalizações por influenza entre idosos tiveram um aumento de 189% em relação ao ano anterior. O número de internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) também subiu drasticamente, registrando uma elevação de 187%. As mortes relacionadas ao vírus cresceram 157%, evidenciando o impacto severo da doença nesta faixa etária.
O caso do cantor e apresentador Ronnie Von, de 80 anos, ilustra os perigos da gripe para idosos. Após ser diagnosticado com o vírus H1N1, ele precisou passar dez dias internado na UTI. O artista relatou que a doença desencadeou pneumonia viral e complicações cardíacas, ressaltando a gravidade do quadro. Durante sua hospitalização, ouviu médicos discutindo a possibilidade de intubação, o que reforçou a percepção da gravidade do seu estado de saúde. Apesar de ter um plano de saúde que cobriu os custos da internação, Ronnie Von fez questão de destacar a realidade de muitas pessoas que não têm esse acesso e enfrentam dificuldades para obter atendimento adequado.
A vacinação contra a gripe é a principal estratégia para evitar complicações severas da doença. A imunização faz parte do Calendário Nacional de Vacinação e está disponível gratuitamente para crianças de seis meses a menores de seis anos, gestantes e idosos. A partir deste mês, a vacina contra o vírus influenza estará acessível durante todo o ano nos postos de saúde. A campanha de imunização oficial começa no dia 7 de abril, mas o Ministério da Saúde recomenda que estados e municípios iniciem a aplicação assim que receberem as doses.
Além de idosos, crianças e gestantes, outros grupos prioritários foram incluídos na campanha de vacinação, como trabalhadores da saúde, professores, indígenas, profissionais das forças de segurança e pessoas com doenças crônicas. Especialistas ressaltam que mesmo quem não está nos grupos de risco deve considerar a imunização, pois o vírus pode afetar qualquer pessoa e impactar a rotina com sintomas intensos e prolongados.
A gripe é uma doença respiratória altamente contagiosa, com sintomas como febre, dor no corpo, tosse e mal-estar. Em alguns casos, pode evoluir para quadros graves, resultando em pneumonia, infartos e até AVCs. A vacina contra a influenza não causa a doença, pois é produzida com vírus inativado. Seus efeitos adversos são leves e passageiros, incluindo dor no local da aplicação e febre baixa por até 48 horas.
Médicos alertam que a imunossenescência, processo natural de enfraquecimento do sistema imunológico com o avanço da idade, torna os idosos mais suscetíveis a complicações. A gripe pode desencadear problemas como infarto, derrame e piora da cognição, impactando diretamente a qualidade de vida dessa população. Dessa forma, a vacinação se torna essencial para prevenir internações e óbitos.
A vacina oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é trivalente, protegendo contra as cepas mais circulantes do vírus. Já a versão disponível na rede privada, quadrivalente, inclui uma cepa a mais. Para idosos, há ainda a opção de vacinas com alta dosagem de antígenos, garantindo uma proteção mais eficaz. Quem tomou a vacina no ano passado deve se imunizar novamente, pois as variantes do vírus sofrem mutações frequentes.
A recomendação é que a vacinação ocorra antes do período mais crítico de circulação do vírus, que se intensifica no inverno. O imunizante leva cerca de duas semanas para oferecer proteção completa. Caso a pessoa esteja com sintomas gripais, deve aguardar entre 48 e 72 horas após a melhora para receber a vacina.
Em Brumadinho, as autoridades de saúde reforçam que, em caso de sintomas graves de gripe, a população deve procurar imediatamente a UPA da cidade, que funciona 24 horas para emergências. A vacinação, aliada à busca por atendimento médico diante de sinais de alerta, pode evitar complicações e salvar vidas.
Comments